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Artistas e produtores organizam novo Grito da Cultura em Vitória

Setor cobra respostas a demandas apresentadas há um mês e um diálogo direto com prefeito Lorenzo Pazolini

Leonardo Sa

Um novo ato da cultura será realizado em Vitória, no dia 16 de abril. Artistas cobram o cumprimento das reivindicações protocoladas na prefeitura em março, ainda sem respostas, bem como uma reunião com o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). A mobilização será realizada na Praça Costa Pereira, Centro da Capital, e está prevista para começar às 15h, com diversas atividades político-culturais.

Exatamente um mês após o ato realizado em frente à sede da Prefeitura de Vitória, os artistas cobram resposta às demandas apresentadas. No dia 16 de março, os mobilizadores protocolaram uma carta com sete reivindicações urgentes para a cultura de Vitória, como a Lei Rubem Braga, o fechamento de equipamentos de atendimento à juventude, e a falta de interesse do município em investimentos no setor.

Desde então, o único movimento da prefeitura foi pela realização de uma reunião com o Secretário de Cultura, Luciano Gagno, o que não foi aceito pelos artistas. “A gente entende que essa conversa não pode ser tratada com ele porque duas das reivindicações envolvem a investigação do secretário e a saída dele. Então é um pouco um conflito de interesses que ele esteja falando em nome da prefeitura”, declara Karlili Trindade, integrante do movimento Grito da Cultura, e uma das organizadoras do ato.

Os artistas cobram uma conversa direta com o líder do Executivo, Lorenzo Pazolini. “Desde o começo, nossa solicitação, até mesmo na carta protocolada, foi de uma conversa diretamente com o prefeito. Pra nós, não interessa mais dialogar com um secretário que nunca dialogou com a gente”, declara.

Essa falta de diálogo sempre foi apontada pelos artistas, até mesmo por integrantes do Conselho Municipal de Cultura, apontando que o secretário não frequentava as reuniões. Para Karlili, há uma falta de interesse e até de entendimento sobre o papel da cultura.

“Existe uma incompreensão do que é o setor cultural porque o secretário não é do setor cultural, então ele não entende a dimensão que esse setor tem, tanto na economia, quanto na dimensão simbólica e social (…) A secretaria de cultura, hoje, atende as demandas que ela entende que é importante, sem diálogo com o setor, sem dialogar com o conselho, então é bem preocupante”, aponta.

Questionada sobre as possíveis consequências da gestão Pazolini para a cultura de Vitória, a mobilizadora afirma os impactos já estão sendo sentidos, principalmente em razão da pandemia, que fez com que muitos equipamentos culturais fossem fechados.

“Foi uma gestão que não dialogou com a gente nesse processo todo e, principalmente, no planejamento dessa retomada. Uma coisa que a gente sempre bateu na tecla no setor cultural é que a lei Aldir Blanc, por exemplo, nos atende emergencialmente e, mesmo assim, não atende todo mundo, mas e quando acabar o recurso da Aldir Blanc? Como a gente vai planejar nossa retomada? Porque tá todo mundo financeiramente quebrado”, aponta a mobilizadora.

Karlili acredita que faltou compreensão sobre a necessidade de planejamento para a retomada desse setor, que ainda está em recuperação. Para o futuro, ela teme impactos ainda maiores e é por isso que os artistas estarão nas ruas, mais uma vez, no próximo dia 16.

“Se não houver nenhuma tentativa de investir no planejamento dessa recuperação, eu não sei como vai ser. Um setor que, financeiramente, está desestruturado, desassistido, sem política pública, sem investimento. O futuro que se avizinha pra gente não é muito promissor”, conclui. 

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