Na coluna: veto à Lei Paulo Gustavo; descaso com patrimônio histórico; Casa da Cultura e Cine Metrópolis reabertos
ARTES CIRCENSES
Confira as atrações do Festival Moqueca de Palhaço
Em sua terceira edição, o Festival Moqueca de Palhaço promete encher de arte e cultura as ruas e espaços culturais do Centro de Vitória entre os dias 11 e 17 de abril. O evento inicia dia 10 com atividades online. A partir da segunda-feira (11), até o domingo seguinte (17), serão várias ações como oficinas, rodas de conversa, apresentação de espetáculos e festas que ocorrerão em espaços culturais como o Lacarta Circo Teatro, Casa Flor e Casa de Bamba e em espaços públicos como a Rua Sete, a Praça Costa Pereira e o Parque Moscoso. O festival ainda terá participação de Mestre Renato Santos, da banda de congo Vira-Mundo, dialogando com a cultura popular local, e homenageia Rodrigo Robleno, o palhaço Vira-Lata, que completa 30 anos de carreira e virá diretamente de Belo Horizonte para ministrar cursos e palestras.
POLÍTICA CULTURAL
Começam articulações pela derrubada do veto à Lei Paulo Gustavo
Lei que pode descentralizar R$ 3,8 bilhões para estados e municípios brasileiros investirem em cultura, a Lei Paulo Gustavo foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), após aprovação com facilidade na Câmara e no Senado. O secretário Cultura do Espírito Santo, Fabricio Noronha, atualmente presidente do Fórum Nacional de Dirigentes Estaduais de Cultura, considera que o veto já era esperado. Agora o trabalho é para que o Congresso, em sessão conjunta das duas casas, derrube o veto do presidente. Mesmo que revertido o resultado e a lei sancionada, algum prejuízo já foi gerado. O prazo para repasse vai se alargando até que se defina pelo manutenção ou derrubada do veto. “Quanto antes a gente conseguir receber o recurso, melhor”, considera Fabricio.
PATRIMÔNIO
Falta de cuidado com o patrimônio histórico
A gente sabe que o Espírito Santo não é o melhor em termos de cuidado com o patrimônio. Esse colunista traz duas observações sobre. A primeira: uma linda apresentação do espetáculo de música e dança afro Iiao nas ruínas da Igreja de São José de Queimado, na Serra, um patrimônio que atesta a maior revolta contra escravidão ocorrida no Espírito Santo. Depois de décadas de abandono, em que a estrutura de deteriorou e quase desabou, o local foi restaurado e está bem bonito. Mas a estrada de acesso continua em obras intermináveis e com pouca sinalização sobre esse patrimônio.
Já bem na área urbana, a Fonte da Capixaba, localizada na entrada do Parque Municipal da Gruta da Onça, no Centro de Vitória, está há dois anos coberta por tapumes, sendo que a região de frente ao antigo chafariz virou depósito de materiais para as obras que ocorrem na parte alta do parque. Era obra para um ano, mas já se passaram dois e ela ainda não foi terminada. Moradores do entorno têm reclamado. O local dá origem a uma bela lenda: quem vem de fora e bebe das águas daquela fonte, voltará ao Espírito Santo. A água porém, que nasce logo acima na nascente do parque, não passa mais pelo monumento histórico que abastecia a cidade, ela corre pelo subsolo, canalizada.
ESPAÇOS CULTURAIS
Colatina reabre Casa da Cultura
Por outro lado, boa notícia é a reabertura da Casa da Cultura de Colatina, que passou por reforma, adaptações e pintura. O imóvel, que foi sede do Clube Recreativo, é de 1924, com 97 anos de uso que inclui grandes eventos e bailes no município. O local está oferecendo oficinas de violão, teclado e acordeon gratuitamente. Na reabertura, o projeto Música e Corpo: Movimentos em Criação, doou 38 instrumentos musicais para a Casa da Cultura, como parte das ações de um projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc.
MÚSICA
Banda Experimental na escola
Músico de projetos como Ogó, São e amesa, o professor de Filosofia Gessé Paixão participa também da Banda Experimental, que articula junto com alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Irmã Maria Horta, em Vitória. Além do professor, fazem parte do conjunto cinco estudantes com instrumentos variados como piano, trombones, trompete e pandeiro, além das vozes. O professor aponta que a banda traz um caráter pedagógico e interdisciplinar, desde os arranjos e repertórios até os temas das músicas. A foto abaixo é da apresentação que fez parte da roda de conversa “Lutas, resistências e conquistas femininas”, que contou com a participação de integrantes da Marcha Mundial de Mulheres.
AUDIOVISUAL
Cine Metrópolis reabre na Ufes
Mais antigo cinema alternativo do Espírito Santo, o Cine Metrópolis foi reaberto no último dia 7 de abril, com cerimônia especial. Com atividades paralisadas desde o início da pandemia, o local volta a exibir filmes com um novo sistema de projeção digital, novo sistema de som e nova tela de projeção. O local vai adotar os protocolos sanitários necessários e lotação máxima de 50%. No mês de abril, marcando sua reabertura, o cinema oferecerá valor de meia-entrada (R$ 8) para todas as pessoas visitantes, sendo que os estudantes da universidade não pagam ingressos durante todo o ano. Até o próximo dia 13 estão em cartaz dois filmes: o francês “Pequena Mamãe”, de Céline Sciamma, e o japonês “Roda do Destino”, de Ryusuke Hamaguchi, ambos grandes sucesso de crítica no ano passado. A criação do Cine Metrópolis, vale lembrar, teve origem a partir da luta dos estudantes desde a época da ditadura militar por meio do movimento cineclubista.
Cursos de formação com foco na inclusão e diversidade
Roteiro, Direção de Arte, Design de Som e Montagem são os minicursos profissionalizantes oferecidos gratuitamente pelo projeto Remonta, que em sua segunda edição está aberto ao público geral, incluindo reserva de vagas para pessoas pretas, pardas e indígenas, mulheres cis, travestis, pessoas trans e não-bináries. Os cursos serão online, com carga horária de 8h entre abril e maio e emissão de certificado. As atividades serão ministradas por profissionais mulheres de renome no mercado nacional. As inscrições vão até 11 de abril e podem ser feitas online por meio deste link.