Os policiais federais do Estado realizarão uma manifestação em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Vila Velha, no próximo dia 28. A iniciativa foi deliberada em uma reunião virtual da Federação Nacional dos Policiais (Fenapef), da qual participaram representantes dos 27 sindicatos. O protesto, portanto, acontecerá em todos estados, tendo como objetivo demonstrar insatisfação com as “promessas não cumpridas” do Governo Bolsonaro (PL) e concretizar a reestruturação do plano de carreira da categoria.
“O presidente falou várias vezes em reestruturar a Polícia Federal. A PF faz muito, mas poderia fazer muito mais, se fosse valorizada. Essa valorização foi até um dos motes da campanha presidencial de Bolsonaro. A gente quer que ele cumpra a promessa”, cobra o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Espírito Santo (SINPF-ES), Marcus Firme, que também preside a Fenapef.
A expectativa era de que houvesse uma sinalização do Palácio do Planalto nessa terça-feira (19) a respeito da reestruturação da Polícia Federal, mas isso não se concretizou. “A reunião dos parlamentares da bancada da segurança pública com o governo federal não trouxe avanços positivos e os policiais querem uma proposta concreta. Até agora, o que temos são promessas não cumpridas e notícias divulgadas pela mídia”, reforçou Marcus.
Ele relata que Bolsonaro prometeu que R$ 1,7 bilhão do Orçamento Geral da União seria investido na reestruturação da carreira e correção das perdas acumuladas nos últimos anos. Para o dirigente sindical, a reivindicação vai muito além do reajuste de 5% aos salários anunciado pelo governo por meio da imprensa.
A reestruturação, segundo o dirigente sindical, pode, inclusive, mitigar os efeitos negativos da reforma da Previdência na categoria. Marcus destaca que houve achatamento salarial, uma vez que a alíquota aumentou de 11% para 14% e, em alguns casos, como dos delegados, para 16%.
Outro problema é o da aposentadoria por invalidez. Antes, o trabalhador recebia o valor integral, agora, é proporcional ao tempo de serviço. “Você leva um tiro, fica paralítico, e pode receber um valor que corresponde, por exemplo a 30% do seu salário. Nossa profissão é de risco, isso é muito difícil”, aponta.
Por meio de nota, a Fenapef recorda que, em 23 de março, foi encaminhada minuta de Medida Provisória (MP) da reestruturação das forças policiais da União do Ministério da Justiça (MJ) para o Ministério da Economia. O documento destaca que é necessário analisar o momento político e definir estratégias, “especialmente por conta da data-limite para a MP ser editada e poder ser analisada pelo Congresso Nacional por meio das duas Casas Legislativas”.