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Conselho de técnicos industriais conclui eleições em meio a denúncias

Três chapas apontaram irregularidades na disputa, realizada sem concorrência para o grupo da situação

Três chapas da disputa à diretoria do Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Espírito Santo (CRT-ES) denunciam irregularidades no processo eleitoral deste ano, inclusive em ações na Justiça Federal. O pleito foi realizado nesta terça-feira (26), em todo o Brasil. No Estado, das quatro chapas que tentaram participar, apenas uma foi homologada: a da situação, que está à frente da organização desde 2018, quando foi criada, representando um universo de 10 mil pessoas no Espírito Santo.

As chapas foram indeferidas sob alegação de ausência de documentos pedidos no regulamento. Desta forma, restou apenas o grupo que está à frente do conselho, mantido na diretoria sem concorrência. 

“Esse regimento, por si só, já tinha falhas. Contudo, durante o processo, nós percebemos que, mesmo aquelas pessoas que ajudaram a fazer o regimento, não conseguiram cumprir as exigências. Sendo assim, as comissões eleitorais abriram exceções e cederam para algumas pessoas, mas para outras, não”, aponta Salomão Martins de Carvalho Júnior, representante da chapa Renovação, uma das que foram indeferidas.

Também foram consideradas inaptas as chapas 2, 3 e 4. “As pessoas beneficiadas, obviamente, foram aquelas que são da situação e estão na direção do CRT hoje, que foi a única chapa homologada. Questionamos isso judicialmente, administrativamente, chegamos a ter respostas positivas, mas no final das contas, o regimento simplesmente foi deixado de lado e prevaleceu a vontade política”, afirma Salomão.

Para Cláudio Ramos, integrante da Chapa 4, em casos de indeferimento, as mesmas regras deveriam valer para todas as chapas. “O regulamento eleitoral diz que, nesses casos, a plenária pode deliberar, mas eles só deliberaram em razão da chapa de situação. Tanto que ela foi negada pela comissão nacional e depois aceita”, enfatiza.

Além da escolha das diretorias, as eleições também escolheram os membros dos órgãos colegiados regionais e federais. Para Heraldo Gonçalves Fogos, integrante da Chapa Reação no Espírito Santo, a falta de representatividade da oposição no processo eleitoral é extremamente prejudicial.

“O perigo é continuar mais quatro anos com um processo administrativo pessoal, com empregados indicados sem concurso público, uma administração personalista, sem critérios técnicos, prejudicando a qualidade dos serviços para a própria sociedade”, critica. O grupo Reação chegou a convocar um “voto de protesto” para esta terça, escrevendo na cédula os integrantes da chapa e marcando um “x”.

A própria dinâmica do processo eleitoral foi criticada pelos integrantes das chapas. Eles afirmam que as eleições desta terça foram marcadas pela desorganização, urnas com endereço errado e espaços de votação fechados em diversas cidades, além de reclamarem da votação presencial, dificultando a participação dos técnicos industriais.

Valmir Xavier Martins, atual presidente do CRT-ES, e integrante da única chapa que concorreu ao pleito nesta terça, afirma que o indeferimento das demais chapas apenas seguiu o regimento. “Todo processo eleitoral tem um regimento, e esse tinha algumas exigências (…) E é uma eleição muito complexa”, defendeu. Ele disse que o Conselho divulgou a eleição para os profissionais, para ampla participação, mas, “às vezes, as empresas não os liberam para votar. O horário descrito no regimento [9h às 19h] também dificultou muito para quem trabalha”, admite.

Os problemas no deferimento das chapas não foram exclusivos do Espírito Santo. A eleição da diretoria executiva do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) foi cancelada porque não restou nenhuma chapa habilitada. A informação foi dada pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN) e divulgada em uma nota do próprio CFT.

A eleições regionais também foram canceladas no CRT-01 (Distrito Federal, Goiás e Tocantins); CRT-05 (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), CRT-06 (Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima ) e nos conselhos regionais dos estados do Paraná (CRT-PR) e Santa Catarina (CRT-SC).

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