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Decisões descoladas

Com impasses entre PSB e PT não restritos a Casagrande x Contarato, estados têm chances de escapar das imposições de “cima para baixo”

Leonardo Sá

A novela da aliança entre PSB e PT segue repetindo capítulos, e não restritos ao impasse registrado no Espírito Santo, que coloca como adversários o governador Renato Casagrande e o senador Fabiano Contarato na disputa ao Palácio Anchieta. As divergências ocorrem em outros estados e, no caso de São Paulo e Rio Grande do Sul, já são consideradas irreversíveis. Os dois partidos também estão em campo opostos em Santa Catarina e Paraná. Os cenários afastam as definições locais do arranjo nacional, que consolida o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckimin (PSB) como vice de Lula, e indicam, a permanecer tudo como está, que as executivas têm chances de ficar livres, de fato, das imposições de “cima para baixo” que costumam acontecer, como, aliás, tem defendido o PT capixaba, em prol da manutenção da candidatura de Contarato. Por aqui, as duas legendas também se bicam há meses. Casagrande não manifesta interesse em abraçar o palanque de Lula e trabalha, pelo contrário, para agregar políticos e legendas completamente antagônicas em torno de seu nome. O PT, por outro lado, exalta essas contradições e tem feito críticas diretas à gestão estadual, ao mesmo tempo em que coloca gás em Contarato. Nesse final de semana, foi elaborado o plano estratégico da campanha petista, que também já está nas ruas. A mesa de negociação, nem por isso, está trancada no Estado. Os líderes partidários já fizeram rodadas de debate e têm outros marcados, em busca de alinhar os planos. O clima hoje, porém, é de manutenção da disputa entre PSB e PT, que tem votos no mesmo bloco do eleitorado – sem falar, é óbvio, do restante da extensa lista da corrida ao governo. Mas, como toda novela, o assunto ainda tem muito gancho para render e acontecer. O mercado continua de olho!

Nós cegos
No maior colégio eleitoral do País, São Paulo, o PT não abre mão da candidatura de Fernando Haddad e o PSB de Márcio França. No Rio Grande do Sul, o cenário é de Edegar Pretto (PT) x Beto Albuquerque (PSB). Os partidos também não encerraram as conversas, mas um desfecho diferente sinaliza algo inatingível.

Definido
Já no Paraná, está definido: o PSB apoiará a reeleição de Ratinho Júnior (PSD) e o PT lançará o ex-senador Roberto Requião. Em Santa Catarina, o PSB vai lançar o senador Dário Berger, enquanto o palanque petista é o ex-prefeito de Blumenau Décio Lima.

Fechados
A aliança andou, até agora, com a adesão do PT aos candidatos do PSB no Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já o PSB vai apoiar os palanques petistas na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí.

Bom, bom, não tá!
O presidente do PSB Nacional, Carlos Siqueira, é crítico das alianças estaduais não seguirem o palanque presidencial, pois acha prejudicial à campanha. Não é o que parece pensar seu correligionário, Renato Casagrande. De todo jeito, após meses e meses de conversas, Siqueira aceitou o jogo com o PT. Se não dá de um jeito, vai de outro mesmo.

Menos Audifax
Nos bastidores do Psol, uma ala quer caminhar com o PT e outra já apareceu no manifesto de anúncio da candidatura ao governo do Capitão Sousa, que integra o movimento Policiais Antifascistas, pelo PSTU. Só não tem, mesmo, gente querendo andar junto com o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos e a Rede Sustentabilidade, exatamente com quem o partido se federou, é bom lembrar, a contragosto!

Menos o Psol
A recíproca, até agora, parecer ser verdadeira. Até porque, Audifax sempre negou a condição de ser de esquerda. O ex-prefeito anuncia evento para lançamento de sua candidatura neste sábado (30), sem o Psol! No campo nacional, onde foi decidida a federação, as duas legendas “deram liga”.

Por que?
Não que Paulo Mazzoco não merecesse ou não tenha prestado serviços relevantes para o Estado, longe disso! Mas a decretação de luto de três dias pelo governador em decorrência da morte do presidente da Associação da Festa da Polenta de Venda Nova do Imigrante (região serrana) repercutiu no norte do Estado. Grupos do folclore e comunidades quilombolas se perguntam: por que não, também, na recente passagem de Mestre Terto?

Por que II?
Tertolino Balbino, como se sabe, faleceu no último dia 16. Ele comandou por 64 anos o Ticumbi (ou Baile de Congo) de São Benedito, um dos poucos grupos remanescentes desta manifestação cultural típica dos negros do Sapê do Norte, região quilombola localizada entre Conceição da Barra e São Mateus. Sem dúvida, um dos mais importantes e antigos mestres da cultura popular capixaba. Mas…

‘Zzzz’…
As sessões da Assembleia Legislativa estão cada vez mais “desinteressantes” e monótonas. Discursos repetitivos, várias ausências, oba-oba…os deputados só pensam em eleições!

Nas redes
“(…) ticket não paga conta, não paga aluguel e no governo Bolsonaro sequer paga a compra do mês. Março de 2022 foi o mês com maior inflação em 28 anos, por isso é urgente que a Prefeitura de Vitória dê ao servidor o percentual referente à recomposição da perda inflacionária dos últimos 12 meses. A valorização verdade será o reajuste de salário (…)”. Vereadora Karla Coser (PT), sobre anúncio do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) restrito ao ticket alimentação.

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