Durante toda esta quinta, foram realizadas panfletagens, aulas públicas e atividades culturais nos campi da universidade
Nos quatro campi da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), foram realizadas atividades nesta quinta-feira (28) do Dia Nacional de Luta, em defesa do serviço público federal. A programação, mais intensa no campus de Goiabeiras, contou com panfletagens, aulas públicas, rodas de conversa e atividades culturais. Um dos pontos prioritários de pauta é o reajuste anual, já que os salários estão congelados há cinco anos, com perda de 49,28%, sendo 19,99% somente no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os servidores também defendem a revogação da Emenda Complementar 95, aprovada no governo Temer (MDB), que congelou o investimento em políticas públicas por 20 anos, além do arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, que trata da reforma Administrativa.
As aulas foram mantidas, mas muitos professores estimularam os alunos a participar das atividades, como relata a presidente da Adufes, Junia Zaidan. Esse estímulo, acredita, faz parte da “compreensão de que o que está em jogo é a destruição do serviço público em geral e de que o momento é grave, inclusive, de ameaças à autonomia universitária”.
Essa ameaça, afirma, se baseia no fato de que mais de 20 universidades brasileiras estão sob intervenção, uma vez que o primeiro colocado na lista tríplice para a Reitoria não foi nomeado, como no caso da Ufes, quando a professora do Centro de Ciências da Saúde (CCS) Ethel Maciel não foi empossada, apesar de escolhida em consulta à comunidade universitária e de ter ficado no topo da lista tríplice. “Essa situação abre precedente para desmandos”, acredita Junia.
A realização do Dia Nacional de Luta foi aprovada em assembleia da Adufes no último dia 20 de abril. O diretor de Formação Política do Sintufes, Ivan Gomes da Silva, afirma que o Sintufes decidiu apoiar por entender que trata-se de “uma luta conjunta, pois as reivindicações afetam todo o serviço público federal”. Ele classifica a reforma Administrativa como “um caminho para a privatização”, por limitar a realização de concurso público e ampliar outras possibilidades de contratação, como a terceirização.