Palanque tem apoio da presidenciável Vera Lúcia Salgado, que participará de lançamento em Vitória neste sábado
“A pré-candidatura ao governo é muito importante para marcar posição das lutas de esquerda”, afirma o capitão da Polícia Militar Vinícius Sousa, ao anunciar para este sábado (14) o lançamento oficial de sua pré-candidatura ao governo do Estado pelo pouco conhecido Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória. Conhecido por assumir publicamente posicionamentos progressistas, contrários ao bolsonarismo, que lhe renderam processos disciplinares na corporação, o militar completa a frase: “Ganhar não é a prioridade”.
Ao ser questionado se não poderia ter optado por disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal, Sousa afirma que o processo eleitoral é todo movido “a grana”, favorecendo grupos fechados. A pauta do PSTU, segundo ele, quer mudar essa realidade, mesmo que a possibilidade de vitória ainda esteja distante.
O capitão bate na tecla de que a pré-candidatura não é um projeto pessoal e diz ser preciso pautar temas esquecidos pelas candidaturas já colocadas, em todos os níveis da disputa de outubro, “até mesmo as consideradas de esquerda”, a fim de favorecer a classe trabalhadora. Esse movimento, existente em outros estados, trará a Vitória a única mulher negra pré-candidata à Presidência da República, Vera Lúcia Salgado, presidente nacional do partido, para participar do evento, que lançará, também, o servidor público federal Filipe Skiter ao Senado.
Vera pontua 1% da preferência dos votos nas pesquisas divulgadas até agora, na frente de pré-candidatos de partidos como o MDB e Novo. Para ela, o Brasil precisa de uma alternativa a todas estas pré-candidaturas, porque não defendem a classe trabalhadora.
O capitão Sousa diz que essa é “a alternativa revolucionária socialista nesta eleição”, alinhado ao PSTU, ao apontar que “as reais mudanças políticas, sociais e econômicas que necessitam os trabalhadores dependem da mobilização e organização do povo”.
O militar acredita que esse movimento, que à primeira vista pode parecer fator de desgaste político, é necessário considerando o ritmo de construção do processo histórico, e cita como exemplo o Psol no Espírito Santo que, em quase 20 anos, só elegeu a vereadora de Vitória Camila Valadão. Por conta desse contexto, destaca ser importante marcar posição e ir colocando as demandas da classe trabalhadora.
“O programa que defendemos, se conseguirmos ações da militância, inclusive de outros partidos de esquerda, poderá ser a pauta de manifestações de rua em 2023”, ressalta, destacando as áreas de transporte público, política de emprego, reforma agrária, e revogação completa das reformas Trabalhista e Previdenciária.
Assim como também revogar a Emenda Constitucional nº 95 (PEC do teto dos gastos) para priorizar os recursos do país para as áreas sociais. Segue a linha do programa do PSTU no campo nacional, que inclui ainda a redução da jornada de trabalho, sem alterar os salários, para criar mais vagas de empregos; e programas de obras públicas ecológicas, também para gerar empregos e resolver problemas como o déficit de moradias e o saneamento básico.
O capitão Sousa é um dos membros do Movimento Policiais Antifascismo, instituição apartidária, defende um projeto coletivo e acredita na organização dos trabalhadores para construir uma nova realidade para todos. Ele tem formação em Direito com pós-graduação em Gestão Pública, além do curso de oficiais da PM. Em 2020, filiado à Rede Sustentabilidade, foi candidato a vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), na chapa de Joana Dark (PT), com apoio do PCdoB.