Cassados e com imagens arranhadas, ex-prefeitos de Itapemirim Thiago Peçanha e Luciano Paiva ficam de fora de palanques da nova eleição
A pergunta feita aqui na coluna, há uma semana, já tem resposta oficial: os ex-prefeitos de Itapemirim (sul do Estado) Thiago Peçanha (Republicanos) e Luciano Paiva (PTB) ficarão de fora dos palanques da nova eleição no município, que será realizada no dia 5 de junho. Pelo menos é o que os dois garantem, após comentários de bastidores que indicavam a possibilidade de apoiarem o prefeito interino, Zé Lima (PDT), única candidatura do cenário aparentemente aberta para agregá-los. Luciano Paiva comunicou sua decisão nas redes sociais, aproveitando a deixa para justificar a aliança que fez com Peçanha em 2020, seu ex-vice e com quem viveu períodos de “amor e guerra” nos últimos anos. Diz Paiva que foi “traído, assim como a população de Itapemirim”. Já Peçanha resumiu sua posição com uma foto em família e a afirmação: “a política hoje não é uma prioridade para mim”. Se as conversas entre Zé Lima e os ex-prefeitos ainda rolam “nas internas”, para fomentar estratégias de impedir o domínio da oposição no município, ou se os próprios Peçanha e Paiva realmente estão rompidos, não se sabe! Em política, nada é descartado. Mas, para fora, é aquilo: Peçanha, mais recente, e Paiva, em anos anteriores, acumulam problemas, cassações e arranhões à imagem. Ou seja, são cabos eleitorais do tipo às avessas. Mais apropriado, mesmo, garantir uma distância segura.
Alvo
O maior adversário a ser batido na eleição é Dr. Antônio (PP), o candidato de outro grupo com domínio na região, do casal Theodorico Ferraço e Norma Ayub, ambos do União Brasil. Foi a chapa dele, inclusive, que denunciou Peçanha à Justiça Eleitoral.
Cenário
Dr. Antônio tem como vice o vereador Fábio Dagata, do PSB, partido do governador Renato Casagrande. Integra o PP, umas das principais pernas da aliança da gestão estadual e, hoje, uma legenda “gorda” no Estado. Zé Lima, por sua vez, é de legenda aliada do governo, mas compõe com o também vereador Carlinhos de Brício, do Republicanos, do presidente da Assembleia, Erick Musso, adversário de Casagrande este ano.
Chegou, chegando
O atual prefeito se envolveu em polêmicas logo que assumiu a prefeitura, de nomeações de parentes para o secretariado – sua mulher e irmão -, mas os respingos disso serão testados, mesmos, nas urnas.
Corpo fora
O terceiro candidato, só para lembrar, é o vice cassado, Niltinho, que saiu do Republicanos e se filiou ao PSDB para disputar a nova eleição. Na mesma linha de Luciano Paiva, ele tem feito discursos tirando o corpo fora de Thiago Peçanha. A chapa dele se completa com Rogério Paresqui (MDB).
Vem, não vem?
O anúncio da possível visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Estado nos próximos dias 27 e 28 marcou mais uma disputa de terreno entre os bolsonaristas capixabas. O deputado federal Evair de Melo (PP), que é um dos vice-líderes do governo federal, deu um baile no grupo de Carlos Manato – Magno Malta (PL) e fez o anúncio na tarde dessa quarta-feira (11), apontando agendas em Linhares e na Serra. Como não é bobo nem nada, logo avisou também à imprensa, para levar o título de anfitrião.
Vem, não vem II?
O outro bloco entrou no circuito muito tempo depois, comemorando a possibilidade, mas ainda colocando a visita na condicional. Primeiro a deputada federal Soraya Manato (PTB), em vídeo publicado nas redes, e acrescentando que articula uma motociata, e, nesta quinta-feira (12), Manato e o senador Magno Malta, também nas redes. Na última vez foi a mesma disputa, mas no final, perto da visita, eles fingiram harmonia.
Ladeira abaixo
O negócio entre eles parece que só desanda cada vez mais, já como sintomas eleitorais. Evair sempre foi bolsonarista em carreira solo no PP, que no Estado, é aliadíssimo do governador Renato Casagrande (PSB), quem os seguidores do presidente querem detonar. Ele tem, inclusive, participado de solenidades do governo do Estado, para entregas, oba-oba e afins.
Porta-voz
Na janela partidária, Evair até recebeu companhias no partido de lideranças que fazer parte do time de fãs de Bolsonaro, como os deputados federais Neucimar Fraga e Da Vitória, além do casal Theodorico Ferraço e Norma Ayub. Mas ninguém que, como ele, se coloca nesse papel de representante oficial do presidente, como também é o caso do bloco
Manato.
Quero só ver…
Em Vitória, a representação da Igreja Católica contra o vereador bolsonarista Gilvan da Federal (PL), protocolada na Câmara, pode seguir o mesmo caminho do caso já julgado pela Corregedoria envolvendo Camila Valadão (Psol). O relator é, de novo, Maurício Leite (Cidadania), que não viu quebra de decoro de Gilvan nas agressões verbais à vereadora. Com a Igreja, o buraco é mais embaixo? A conferir!
Quero só ver II…
A representação é assinada pela Mitra Arquidiocesana de Vitória, pelo arcebispo Dom Dario Campos e pelo coordenador do Vicariato para Ação Social Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória, padre Kelder Brandão. A alegação é de “prática de infração ética e ao decoro parlamentar”, decorrente de ataques, discursos de ódio e distorções de fatos.
Nas redes
“Quando a Câmara de Vereadores de Vitória vai punir o vereador que ataca semanalmente as vereadoras Karla Coser e Camila Valadão, que usa a tribuna da Casa para atacar Deborah Sabará e toda a população LGBTQIA+ e para promover intolerância religiosa contra religiões de matriz africana? Passou da hora de dar um basta nisso”. Deputada estadual Iriny Lopes (PT) sobre o vereador Gilvan da Federal (PL).
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Cartas lançadas
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