Wanzete Krüger quer consultar Tribunal de Contas antes de enviar nova tabela salarial à Câmara de Vereadores
A alegação da gestão municipal é que o prefeito está inseguro quanto à legalidade do pagamento retroativo dos novos valores, ponto que já tinha sido negociado com os trabalhadores anteriormente. “Estamos todos indignados, revoltados. Será que até agora eles não tiveram coragem de fazer consulta ao Tribunal de Contas para ver a legalidade? Nós sabemos que é legal. Estão fazendo a gente de palhaço”, dispara o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Domingos Martins (Sindsmudmar), Carlos Eduardo Schwambach.
Um ofício, comunicando a paralisação, será enviado à prefeitura na próxima segunda-feira (16), com o objetivo de dar o prazo de uma semana para manifestação do executivo. Se as reivindicações não forem atendidas, os servidores planejam iniciar a greve com um ato em frente à prefeitura, no dia 23.
A negociação se arrasta pelo menos desde o mês de março, quando os servidores chegaram a aprovar um indicativo de greve reivindicando o envio da nova tabela salarial à Câmara Municipal. Desde então, a categoria prorrogou o prazo limite para a paralisação diversas vezes, chegando a indicar, no dia 22 de abril, uma desistência do movimento, para priorizar a negociação com o município.
Na ocasião, a promessa da prefeitura era enviar os novos valores à Casa de Leis na última semana de abril, o que não ocorreu. “Ele podia, pelo menos, ter enviado o projeto do Magistério e do Administrativo pra Câmara, fazia essa consulta quanto à legalidade da retroatividade depois, sendo legal, ele pagava mais pra frente a retroatividade (…) Pelo menos a partir de maio a gente já recebia os valores novos. Quem não aguenta mais esperar somos nós”, declara Carlos.
A indignação dos servidores é o reflexo de anos de defasagem. Na tabela salarial em vigor, o vencimento de determinadas categorias chega a valores muito abaixo do salário mínimo, fazendo com que o pagamento tenha que ser complementado para chegar ao exigido por lei. Em determinadas funções, a média salarial na tabela é de R$ 640,00, o que também prejudica o pagamento de horas extras e adicionais de insalubridade, direitos calculados de acordo com o salário-base.
“Nós estamos passando dificuldade. Todo mundo recebendo salário mínimo. Já tem gente que só não está pedindo comida, porque a gente ainda recebe um vale alimentação de R$ 500, mas também já não representa nada pra quem tem família. A situação está complicada”, aponta Carlos Eduardo.