Sem pontuar na pré-candidatura, deputado busca formas de escapar da estagnação eleitoral
“E se Sergio Meneguelli for ‘rebaixado’ e, ao invés de concorrer ao Senado, disputasse uma vaga de federal ou até mesmo de estadual?”. A pergunta enche os meios políticos em meio a comentários sobre a viagem a São Paulo do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, nessa terça-feira (17), para encontro com o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo paulista, figura central na cúpula do Republicanos e, também, nas articulações do bolsonarismo.
A pergunta, à primeira vista inusitada, passa a ter lógica quando vêm à tona conversas conduzidas pelo grupo do ex-senador Magno Malta (PL), que podem desaguar em alinhamento dele com o Republicanos, uma forma de levantar a pré-candidatura de Erick, que não decola e começa a entrar na área da estagnação.
Erick faz movimentos para sair do sufoco, que podem atingir a pré-candidatura ao governo do ex-deputado federal Carlos Manato, a quem seria oferecido o lugar de vice na sua chapa e, de outro lado, anularia a ameaça a Magno representada por Meneguelli na corrida ao Senado. As conversas estão em andamento, e, caso não avancem, a pretensão de Erick Musso chegar ao governo irá para o brejo.
Esse seria o plano, de baixíssima probabilidade se colocado em prática apenas com a participação de atores locais. Daí a necessidade de ter alguém da cúpula partidária, com trânsito no círculo fechado do Palácio do Planalto, e envolvendo Tarcísio de Freitas, que precisa, desesperadamente, do apoio do PL, de Magno, lá em São Paulo.
Essa ação, reforçada com a presença de agentes políticos de outros partidos, se ampliaria ao ponto de provocar alterações no palanque do presidente Bolsonaro no Espírito Santo, onde estará nos próximos dias 27 e 28. Por aqui, como das vezes anteriores, nada de muito importante a fazer, além de contatos políticos.
Sergio Meneguelli, ex-prefeito de Colatina, conhecido nacionalmente e com uma gestão bem avaliada, colocou-se como pré-candidato ao Senado e tem afirmado que não aceita outra posição na disputa eleitoral, em resposta às investidas que ocorrem desde o lançamento da pré-candidatura de Erick ao governo, em dezembro do ano passado, na qual não esteve presente.
No entanto, na ocasião recebeu, em declaração pública do presidente nacional do partido, Marcos Pereira, a garantia de que seria o candidato ao Senado. Pereira acentuou, também, a necessidade de Erick Musso percorrer o Estado a fim de melhorar a pontuação nas pesquisas, o que ainda não aconteceu.
Toda essa movimentação ocorre no momento em quem o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), coloca ao público denúncia de suposta corrupção envolvendo pessoas com trânsito no Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. Uma ação com nítidos sinais de estratégia política, endereçada a pessoas próximas do governador Renato Casagrande (PSB), que, mesmo sem ser citado, sente o impacto.