Mobilização só acabará quando prefeito Wanzete Krüger sinalizar atender as reivindicações das categorias
A manhã desta segunda-feira (23) foi de protestos em Domingos Martins, região serrana do Estado. Servidores municipais ocuparam as ruas para reivindicar o cumprimento efetivo das negociações salariais realizadas com a prefeitura. A mobilização, que reuniu cerca de 200 pessoas, foi convocada após a gestão de Wanzete Krüger (PP) aprovar as novas tabelas salariais sem prever o pagamento retroativo dos valores.
“Trabalhamos sempre honestamente. Não estamos contra o prefeito, mas nos manifestando pelos direitos do nosso salário, pois ele prometeu que seria retroativo e aceitamos. Esse retroativo não seria em pagamento único. Seria parcelado, também aceitamos, mas, no momento oportuno, o prefeito recuou e não pagou o nosso retroativo”, afirma Dejanir Mulinari, servidora pública aposentada.
A partir desta segunda, apenas serviços essenciais, como a radioterapia, quimioterapia e hemodiálise estão mantidos no município. As atividades de limpeza urbana funcionarão com apenas 30% da capacidade total, enquanto os professores irão trabalhar em “operação tartaruga”, dando aula apenas em metade do expediente.
“O sindicato optou por essa paralisação, para que o prefeito cumpra com o que prometeu, lá atrás, para todos os servidores públicos, que fizeram dívidas contando com esse dinheiro, e ele, infelizmente, recuou”, relata Sérgio Kinupp, integrante do sindicato.
Para o professor Joilson Huver, a mobilização é importante para pressionar a administração municipal a reconhecer os direitos dos servidores. “Nós, do magistério, já estamos sem reajustes há quatro anos. Nossas perdas acumuladas ultrapassam os 50% (…) Durante todo este tempo, tivemos a promessa de que, com a aprovação dos planos de carreira, o reajuste seria retroativo. Porém, na última semana, o prefeito enviou os planos para a Câmara sem a proposta da retroatividade. Diante disso, não nos resta outra alternativa a não ser uma paralisação, já que o prefeito não cumpre suas promessas”, reitera.
A negociação pelas novas tabelas salariais dura desde o mês de março. Os trabalhadores reivindicavam o reajuste dos vencimentos, já que algumas categorias ganhavam menos de um salário mínimo na tabela anterior. O valor era complementado pelo executivo para chegar ao que é exigido por lei, mas outros benefícios como o pagamento de horas extras e adicionais de insalubridade eram calculados de acordo com o salário-base, o que prejudicava os trabalhadores.
Após idas e vindas, incluindo o anúncio de consulta ao Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES), o projeto foi enviado à Câmara na última segunda-feira (16), e aprovado na terça (17), sem incluir o pagamento retroativo, que já tinha sido confirmado aos trabalhadores. Agora, o fim da greve depende das próximas decisões da prefeitura.
“A luta continua. Ninguém da prefeitura recebeu a gente, ninguém dialogou, mas estamos de porta aberta caso o município queira trazer alguma proposta para encerrar o movimento”, declara o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Domingos Martins (Sindsmudmar), Carlos Eduardo Schwambach.