Sindicato cobra da gestão de Edson Magalhães fim do achatamento dos salários e políticas de valorização
Trabalhadores da rede municipal de ensino de Guarapari farão uma paralisação na próxima segunda-feira (30). O ato, que tem como pauta principal o fim do achatamento dos salários, foi decidido em assembleia realizada na última quinta-feira (19) e tenta pressionar a gestão Edson Magalhães (PSDB) a cumprir com as reivindicações que se arrastam desde o ano passado.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) pretende enviar um ofício à prefeitura, comunicando a paralisação, nessa terça-feira (24). Além da suspensão das atividades, os professores organizam uma assembleia na Praça Philomeno Ribeiro, em Muquiçaba.
“A educação vem passando por momentos difíceis no Brasil, muitos cortes vindos por meios do governo federal e, a cada ano, os investimentos têm diminuído. Aqui no município não é diferente. Nossos salários estão sendo achatados pela administração, que nem sequer recebe o sindicato para dialogar sobre o motivo de um aumento diferenciado para a categoria, não respeitando o nosso plano de carreira”, declara o professor Hélio Bubach, um dos diretores do Sindiupes em Guarapari.
Uma das reivindicações urgentes é a reestruturação das tabelas salariais dos professores. No final de março, a prefeitura anunciou os novos planos de cargos e salários de vários setores, incluindo a educação, mas não atendeu às demandas da categoria, que reclama da falta de valorização dos profissionais que possuem títulos e outros níveis de formação acadêmica.
Na última quinta-feira (19), o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) em Guarapari, Adriano Albertino, informou que a diferença salarial entre profissionais com o antigo magistério e aqueles que têm licenciatura plena é de apenas 30 reais. Para profissionais com pós-graduação e um nível de especialização, a diferença é de R$ 80.
“Para piorar a situação, a Secretária de Educação solta uma circular que não nos permite participar de uma assembleia”, afirma Hélio Bubach, se referindo a um memorando enviado aos professores na última semana. O documento, distribuído pela Secretaria de Educação dois dias antes da assembleia do sindicato, alegava a “impossibilidade de liberação dos estudantes das aulas, bem como dos profissionais de Educação para participação de assembleias sindicais”.
Após o envio do documento, o encontro da categoria para deliberação das pautas precisou ter o horário alterado. “Isso, para mim, é uma ditadura. É não permitir que uma categoria participe das assembleias para saber o que está em jogo”, critica Hélio.
O sindicato, que no ano passado promoveu uma série de mobilizações com a categoria, também aponta a falta de diálogo com a gestão, a ausência de uma proposta de recuperação dos impactos durante a pandemia e a quantidade de obras paradas na cidade. “Eles não escutam a categoria. Quando senta, é só pra comunicar o que quer fazer (…) Uma série de situações que a gente observa, que parece que o município jogou a toalha. Não está fazendo o investimento correto na educação”, apontou Adriano Albertino.