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‘Bolsonaro abandonou a segurança pública’, criticam policiais federais

Categoria no Estado manifesta decepção com a não apresentação da proposta de reestruturação de carreira

O governo federal não cumpriu o compromisso de apresentar até essa quarta-feira (25) a proposta de minuta da reestruturação da carreira dos policiais federais da União. “Bolsonaro abandonou a segurança pública”, reagiu o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e do Sindicato dos Policiais Federais do Espírito Santo (SINPF-ES), Marcus Firme, apontando “sentimento de decepção da categoria” no Estado.

Com a sinalização da apresentação da proposta, manifestações que aconteceriam em todo o Brasil, inclusive na sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Torquato, Vila Velha, chegaram a ser canceladas pelos policiais no último dia 16.

Agora, uma das estratégias, segundo Marcus, é intensificar a fiscalização aeroportuária, o porte de arma e os clubes de tiro, ou seja, a área da polícia administrativa, “para dar visibilidade à importância do trabalho da Polícia Federal”. Também haverá uma marcha em Brasília na próxima quarta-feira (31). 

A expectativa dos trabalhadores, com a apresentação da minuta, era finalmente conhecer seu conteúdo, já que foi construída pelo governo sem diálogo, para submetê-la às bases e, então, se considerada positiva, pressionar para o rápido envio ao Congresso Nacional. 

Como é ano eleitoral, a reestruturação teria que ser aprovada até julho. Apesar de achar que o governo federal pode repensar sua postura, Marcus acredita que “os prazos estão curtos”.

Ele destaca ainda que, confirmados os candidatos que disputarão a Presidência da República este ano, todos serão procurados para que assumam o compromisso de defender a reestruturação de carreira.

Em 23 de março, o Ministério da Justiça (MJ) encaminhou minuta de Medida Provisória (MP) da reestruturação das forças policiais da União para o Ministério da Economia, onde se encontra atualmente. Os policiais federais do Espírito Santo protestaram pela reestruturação no dia 28 de abril, em frente ao prédio da Polícia Federal, em um dia de mobilização nacional. O clima era de insatisfação, já que a reestruturação foi um dos motes da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República, mas até hoje não saiu do papel.
A reestruturação, segundo Marcus Firme, também poderá mitigar os efeitos negativos da reforma da Previdência na categoria. Ele pontua que houve achatamento salarial, uma vez que a alíquota aumentou de 11% para 14% e, em alguns casos, como dos delegados, para 16%.

Outro problema é o da aposentadoria por invalidez. Antes, o trabalhador recebia o valor integral, agora, é proporcional ao tempo de serviço. “Você leva um tiro, fica paralítico, e pode receber um valor que corresponde, por exemplo a 30% do seu salário. Nossa profissão é de risco, isso é muito difícil”, enfatiza.

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