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União e Dnit são condenados a retirar estrutura e escombros da Ponte Getúlio Vargas

Parte da ponte sobre o Rio Doce desabou em 2009 e situação ainda oferece riscos 

O Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação da União e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para que ambos façam a retirada do restante da estrutura da Ponte Getúlio Vargas, localizada em Linhares, norte do Estado, e também dos escombros que ficaram no leito do Rio Doce, após o desabamento ocorrido em 2009.

Segundo a sentença da 1ª Vara Federal de Linhares, dada a complexidade das obras a serem realizadas, ficou estabelecido prazo de dois anos para a conclusão dos trabalhos.

A decisão também pontua que, tendo em vista o laudo pericial que atestou risco de novo desabamento a qualquer momento e que há circulação de pessoas e embarcações nas áreas situadas abaixo dos vãos que permanecem de pé, os réus deverão, imediatamente, “adotar providências de sinalização ostensiva, impedimento de acesso aos locais de risco, campanhas de conscientização da população com o objetivo de evitar novos danos, sobretudo a pessoas, enquanto não é concluída a desmobilização”.

A unidade do MPF localizada em Linhares também instaurou um procedimento para acompanhar a implementação das medidas determinadas pela sentença.

Em 19 de janeiro de 2009, houve o desabamento de aproximadamente 200 metros da estrutura da Ponte Getúlio Vargas, ocasionando a queda de duas mulheres no Rio Doce. Uma delas, a manicure Devanir Farias de Souza, de 43 anos, morreu.

Em fevereiro do mesmo ano e em novembro de 2011, outros pedaços da estrutura também caíram, mas não houve feridos, porque a ponte estava interditada. À época, o então superintendente do Dnit, Élio Bahia Souza, foi denunciado por homicídio culposo.

Desde então, a situação não mudou. As ruínas da antiga ponte continuam no local, oferecendo risco de desmoronamento, e o meio ambiente vem sendo afetado, já que parte da estrutura permanece no leito do Rio Doce e os materiais possuem substâncias tóxicas e que não são biodegradáveis.

“É certo que a construção de uma ponte já provoca agressões à biota local. Imagina a permanência de grande parte dessa estrutura no próprio leito do rio, o qual já sofre demasiadamente depois que mais de 35 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério vazaram da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Somado ao fato de estarem no local por quase dez anos, os efeitos podem ser imensuráveis”, destacou a ação do MPF (número 5000922-54.2018.4.02.5004) na época em que foi ajuizada.

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