Amaro Neto percorre municípios do interior em busca de suporte para permanecer na Câmara
“O cenário não foi definido, ainda tem muitas conversas”, disse nesta sexta-feira (10) a assessoria do deputado federal Amaro Neto (Republicanos), eleito em 2018 com 181,8 mil votos, confirmando bastidores políticos que apontam um distanciamento do campeão de votos da eleição passada com os movimentos do seu partido e da própria campanha eleitoral aberta. “Ele não fala sobre o assunto”, complementa.
Esse posicionamento atinge, também, a pré-campanha do deputado estadual Erick Musso, do mesmo partido, ao governo do Estado, um dos seis postulantes ao cargo, a maioria, como ele, atuante no campo da direita conservadora e bolsonarista, que também sente os impactos negativos da gestão inoperante do atual governo, especialmente os índices de inflação. Esse número de pré-candidatos não contabiliza o senador Fabiano Contarato, que neste sábado (11) deve ter formalizada sua saída da disputa.
A menos de quatro meses das eleições, no momento em que começam a ser definidos os nomes para os cargos que entram na disputa – governador, um senador, deputados federas e estaduais -, Amaro Neto se mantém à parte do partido e se mostra voltado unicamente para a reeleição e, mesmo assim, fora de eventos públicos.
Nos meios políticos, circula que ele estaria agindo para evitar desgaste, por conta do cenário de guerra atual decorrente de seis candidaturas ao governo do campo da direita, sem qualquer demonstração de que poderá haver um alinhamento – Erick Musso (Republicanos), Felipe Rigoni (União), Guerino Zanon (PSD), Aridelmo Teixeira (Novo), Carlos Manato (PL) e Audifax Barcelos (Rede) -, quadro que somente favorece as pré-candidatura de Manato, da direita bolsonarista mais forte, e do governador Renato Casagrande (PSB), líder na corrida.
O parlamentar realiza um programa de visitas a municípios do interior, beneficiados com suas emendas parlamentares, com a cifra de R$ 22,7 milhões indicados no orçamento do relator, chamado de orçamento secreto. Percorre o mesmo trajeto e com o mesmo objetivo de Musso, que é o de garantir votos fora da região da região metropolitana.
Como Musso, o deputado busca recuperar o fôlego e ampliar densidade eleitoral, encolhida no seu principal reduto, a Grande Vitória, segundo os meios políticos, por conta de um mandato apagado, bem diferente do programa de apelo popular que apresenta na TV, que lhe rendeu a eleição com grande votação.
“No interior, o volume de votos sempre é menor do que na região metropolitana e, além disso, as fontes podem migrar para outros candidatos da região”, comenta liderança política habituada a cálculos certeiros sobre o cenário eleitoral. Dos 181,8 mil votos, ele estaria hoje na casa dos 120, 130 mil.
Fora do circuito
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