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Estudo mostra Espírito Santo em estado de alerta para a Covid-19

Relatório elaborado por cientistas tem o objetivo de orientar gestores diante da nova onda de casos

Rovena Rosa/ABr

Estudo divulgado pelo centro SoU_Ciência, grupo de estudo sediado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) , mostra o Espírito Santo com uma tendência de alerta para o crescimento da Covid-19. O relatório, lançado nesta terça-feira (14), tem o objetivo de orientar autoridades e órgãos públicos na tomada de decisões diante da nova onda da pandemia.

O estudo é dividido em três níveis de análise: Nível de Alerta, Nível de Perigo Iminente e Nível de Emergência em Saúde Pública. Para cada fase, um grupo de medidas de prevenção é recomendado. O relatório foi elaborado pelos pesquisadores e epidemiologistas Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Wanderson Oliveira e pela farmacologista Soraya Smaili.

No gráfico da Semana Epidemiológica (SE) 22, que foi até o último dia 4 de junho, o Espírito Santo está no nível de alerta, o primeiro nível de observação. Já na semana seguinte, que foi até o último sábado (11), salta para o nível de Emergência em Saúde Pública, com o registro de 195 casos a cada 100 mil habitantes.

Ethel explica que é preciso observar se esse comportamento vai se manter no Estado, já que sempre há um atraso na atualização dos dados públicos. Apesar disso, os números indicam um crescimento da circulação do vírus da Covid-19 no Espírito Santo, o que deve ser visto com atenção pelos gestores.

No nível de alerta, a recomendação é que sejam promovidas campanhas de educação em saúde para uso de máscaras, manutenção de ambiente ventilado, higienização das mãos e o monitoramento viral.

No nível do perigo iminente – a fase intermediária da tabela -, a orientação é que seja recomendado o uso de máscaras, bem como ações para ampliar a cobertura vacinal. Já no nível de emergência de saúde pública, deve ser incluído o uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados, públicos e privados, e promover testagem ampliada.

Considerando os dados da Covid-19 em todo o Brasil, o relatório aponta que o País está em situação de emergência em saúde pública. Na Semana Epidemiológica 23, foi registrada uma incidência de 136 casos a cada 100 mil habitantes.

“Quando houve a revogação do decreto de emergência de saúde pública de importância nacional, alertamos que seria necessária a criação de indicadores que pudessem balizar a necessidade de instituição de novo decreto, caso o vírus fizesse mutações ou ocorresse uma mudança no padrão da doença. Sem termos indicadores operacionais para a implantação nos serviços, há uma dificuldade de comunicar a sociedade e mesmo instituir novas mudanças, como a contratação de serviços e de pessoal para o enfrentamento da pandemia”, disse Ethel em nota divulgada pelo centro SoU_Ciência.

Sesa alertou para crescimento

Os dados divulgados pelo grupo de estudos reiteram o crescimento abrupto da Covid-19 no Espírito Santo nas últimas semanas, contexto que já tinha sido alertado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No último dia 6, o secretário Nésio Fernandes informou que o Estado vivia a quinta onda de expansão da doença, com o registro de casos dobrando a cada sete dias.

Em uma nota técnica publicada na última sexta-feira (10), a secretaria voltou a recomendar o uso de máscaras em locais fechados e de grande concentração de pessoas, bem como nos ambientes escolares. A recomendação também vale para pessoas que apresentarem sintomas respiratórios; testarem positivo para a Covid-19; cuidarem de alguém que está doente com Covid-19; ou pertencerem ao grupo de risco para a doença.

“A medida vai ao encontro do cenário atual da pandemia da Covid-19 em território capixaba, de aumento de novos casos nas últimas semanas epidemiológicas e também em virtude da sazonalidade das doenças de transmissão respiratória. A recomendação é uma estratégia para diminuir a propagação do vírus e, concomitantemente, auxiliar na redução dos impactos na saúde da população e no sistema de saúde”, informou a Sesa.

Professores cobram medida de contenção na Ufes

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) cobrou informações concretas sobre as medidas de contenção da doença na instituição. A entidade enviou um ofício à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), cobrando medidas efetivas de prevenção e questionando as providências adotadas em relação a membros da comunidade acadêmica que não se vacinaram.

“Os casos de Covid-19 avançam dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com inúmeros relatos de afastamentos e resultados positivos nas testagens tanto entre estudantes quanto entre docentes, servidores técnico-administrativos e terceirizados. No Restaurante Universitário (RU), onde há imensa circulação de pessoas sem máscaras, a informação é de que pelo menos 30% do quadro de trabalhadores testaram positivo, número que pode ser ainda maior, uma vez que os funcionários são precarizados e têm medo de se testar e perder o dia de trabalho com desconto no salário, já que há dificuldades para atestar formalmente o adoecimento”, alerta a Aufes.

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