O Espírito Santo pode registrar nesta semana mais de 18 mil casos de Covid-19, podendo ser considerada a segunda Semana Epidemiológica mais grave de toda a pandemia, perdendo somente para o aumento de casos registrado em janeiro, no início da quarta onda, causada pela Ômicron. A informação foi divulgada pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (22), da qual também participou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
Nésio destacou que o Espírito Santo vive uma “franca fase de crescimento de casos, internações e óbitos”, em proporções maiores nos não vacinados ou com esquema vacinal incompleto. Em abril e maio, os casos duplicavam por semana a cada 14 dias. Até a primeira quinzena de junho, por semana. Nessa terça-feira (21), deixou de ser de cerca de 2 mil por dia para 4 mil. Nésio alertou para a possibilidade de subnotificação de casos durante o feriado prolongado de Corpus Christi, em virtude de a oferta de testes ter sido prejudicada tanto na rede pública quanto na privada.
O gestor informou ainda que em maio houve quatro solicitações de internação por Covid-19, enquanto na semana passada o número foi de 23. Também na semana anterior, o índice de positividade foi de 23% em testes de antígeno e de 15% em RT-PCR. Nesta, as porcentagens já chegaram, respectivamente, a mais de 30% e de 20%. “No auge da quarta onda, em janeiro, era 56% de positividade em teste de antígeno, estamos com 30% agora. Estamos diante de uma nova onda”, disse Reblin.
Entre os não vacinados, 50% das internações são de pessoas na faixa etária entre 0 e 14 anos, ou seja, parte delas ainda não foi contemplada com vacina por ainda não serem autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para crianças menores de cinco anos. Por isso, segundo Nésio, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) encaminhou para a Anvisa uma solicitação de aprovação das vacinas pediátricas. De acordo com ele, a Coronavac é aplicada em maiores de três anos em alguns países e há estudos avançados de sua aplicação em maiores de seis meses. A Moderna, afirma, já é aplicada em maiores de seis meses.
O secretário de Saúde também informou que não foram constatadas mortes de idosos vacinados com a quarta dose em abril e maio. “Temos dados suficientes para apontar que as vacinas são seguras, eficazes para reduzir internações e óbitos por Covid-19”, apontou.
O gestor disse que, apesar desta nova onda, a gestão de Renato Casagrande (PSB) não prevê restrições econômicas e sociais, como foi feito quando ainda não havia grande oferta de vacinas. Não prevê também a obrigatoriedade de utilização de máscaras em escolas e outros espaços. Para Nésio, a nova onda permanecerá até a primeira quinzena de julho, arrefecendo depois.