Os vereadores de Vila Velha irão se reunir com representantes da Rodosol nesta terça-feira (21). O objetivo, que acontece no Palácio Anchieta, é discutir as demandas da cidade que deveriam ser atendidas pela concessionária, mas que, segundo os vereadores, continuam sem solução, mesmo com o alto valor cobrado pelo pedágio cobrado na Terceira Ponte e Rodovia do Sol.
De acordo com Osvaldo Maturano (PMDB), vereador responsável pela articulação da reunião, eles vão pedir ao governo do Estado que intervenha diretamente na interlocução entre a empresa e o município para cobrar as contrapartidas da Rodosol.
“A relação da Rodosol com as comunidades e com a própria municipalidade está bastante deteriorada. Temos muitas reclamações e pedidos à Rodosol que o governo do Estado quer ouvir e conhecer, para tentar nos ajudar”, afirmou o vereador.
Entre as reclamações sobre o tratamento da Rodosol com o município estão a não realização de nenhuma obra de manutenção nas ruas e avenidas da cidade, mesmo utilizando as vias para integração entre a Terceira Ponte e a Rodovia do Sol; a proibição da concessionária sobre a abertura de um acesso direto do Shopping Boulevard à ES-010, evitando a sobrecarga das ruas do bairro Jóquei de Itaparica, um bairro pequeno e com perfil residencial.
Segundo Maturano, a Rodosol também é omissa quanto à construção de uma passarela sobre a avenida Carioca, em frente ao Shopping Praia da Costa, onde há sobrecarga tanto de carros quanto de pedestres, ao mesmo tempo em que o semáforo é rápido demais para quem atravessa a avenida.
O vereador Zé Nilton (PT) também exige que a Rodosol seja investigada para apurar as responsabilidades e obrigações que a empresa pode estar negligenciando. Segundo ele, é preciso resgatar os dados apurados pela CPI da Rodosol, aberta pela Assembleia Legislativa, em 2003.
“Na época, foram apuradas inadimplências contratuais da concessionária e diversas irregularidades nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e na realização de audiências públicas. Também foi constatada a cobrança de valor abusivo e ilegal da tarifa de pedágio (sem observância de base quilométrica idêntica), a abusiva e injusta remuneração do capital investido (lucro líquido de 32.8%), a inutilização intencional de dados do sistema durante a inspeção da auditoria e a própria vulnerabilidade do sistema de informática para controle do fluxo de veículos”, enumerou Zé Nilton.
“As reclamações que recebemos, diariamente, não são poucas e nem injustas. Por isso, na minha opinião, o governo deve intervir neste processo e exigir respostas da concessionária, que cobra um dos pedágio mais caros do Brasil e não dá nada em troca ao município”, completou Maturano.
O vereador João Artem (PSB) vê com pessimismo o avanço de um diálogo com a Rodosol. Segundo ele, a Rodosol irá fazer o que sempre fez, nada. “Na minha opinião, brigar com a Rodosol é perda de tempo. Esse contrato de concessão, feito às escuras, nos porões do Palácio Anchieta, na época do governador Vitor Buaiz, é uma vergonha e deveria ser revisto. A empresa, que cobra um dos pedágios mais caros do Brasil, utiliza as vias públicas de Vila Velha para integrar seu sistema e não contribui em nada com a cidade. Pelo contrário, sempre fez vistas grossas às demandas da população e da própria Câmara”, criticou.