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Ex-deputada condenada por improbidade vai disputar a Câmara Federal

Fátima Couzi teve de volta seus direitos políticos, tornando-se elegível, e irá concorrer pelo PSDB

Arquivo Pessoal

Condenada por receber indevidamente diárias da Assembleia Legislativa em 2006, a ex-deputada estadual por três mandatos Fátima Couzi, residente nos Estados Unidos, se prepara para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de outubro. Ela teve de volta seus direitos políticos, tornando-se elegível, e irá concorrer pelo PSDB, partido que a acolheu quando ela esteve no Brasil, em 2018.

“Ao saber da decisão, que possibilita o restabelecimento dos meus direitos políticos, tornando-me elegível, já comprei passagem para retornar ao Brasil; chego aí no final deste mês”, disse a ex-deputada, por telefone, esquivando-se de comentar sobre quem apoiará nas eleições majoritárias, de governador e senador. “Acompanho o partido”, ressalta.

Ela diz que mantém contato com a direção estadual do PSDB, citando o presidente do partido, deputado Vandinho Leite, que não foi encontrado nesta sexta-feira para comentar o assunto. A movimentação da ex-deputada repercute na região do Caparaó e, caso seja confirmada a candidatura, entra no reduto do deputado estadual Luciano Machado (PSB), da base do governador Renato Casagrande e do mesmo partido.

Depois de ficar afastada da política por mais de 14 anos, além de tentar a Câmara, Fátima Couzi tem o propósito de disputar a Prefeitura de Guaçuí, sua cidade natal, em 2024. Ela aproveita a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, que nessa quinta-feira (7) deferiu liminares para conceder efeito suspensivo a recursos do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda contra duas de suas condenações por improbidade administrativa.

O ato ministerial beneficia outros políticos, entre eles o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony garotinho e o ex-prefeito da cidade do Rio César Maia, que também poderão concorrer a cargos eletivos. A decisão é de caráter provisório e, apesar de permitir a candidatura do beneficiado, ainda aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a possibilidade de aplicação retroativa da nova Lei de Improbidade Administrativa (Lei 14.230/2021).

O processo de Fátima teve início em 2009, por meio de denúncia do Ministério Público do Estado (MPES) em ação de improbidade administrativa gerada por gastos excessivos na compra de combustível por cartão corporativo da Assembleia Legislativa. Ela devolveu R$ 50 mil e classificou o processo como “perseguição política”.

Para o presidente do STJ, ficou evidenciado o risco de dano irreversível à situação política do ex-governador do Rio de Janeiro, mesma situação de Fátima e dos demais implicados em processos idênticos. Isso se os efeitos da condenação não fossem suspensos antes do prazo para as convenções partidárias e os registros de candidatura, que começa no próximo dia 20 e vai até 5 de agosto.

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