Senadora circula no campo próximo ao governador Renato Casagrande, que comanda as articulações
O isolamento do PT estadual nas articulações para montagem da chapa majoritária comandada pelo governador Renato Casagrande (PSB), resultante da coligação entre os dois partidos, desagradou pré-candidatos e a militância da sigla, pela forma como foi consolidada, agravada pela falta de interação da direção com as bases do partido.
“Legal é saber dessas notícias pelo G1, em vez de saber pelo partido”, escreve um ativista do PT nesta sexta-feira (15), ao comentar em grupo de rede social a retirada da candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo.
De outro lado, a retirada das pré-candidaturas dos professores Reinaldo Centoducatte e Célia Tavares ao Senado, por conta dos termos colocados na mesa de negociações por Casagrande, acolhidos pelo diretório estadual do PT, amplia as chances da senadora Rose de Freitas (MDB) ser a indicada para preencher a única vaga, concorrendo à reeleição.
Outros dois nomes circulam no campo do governador com a mesma pretensão, o coronel Alexandre Ramalho (Podemos) e o deputado federal Josias Da Vitória (PP), e, em oposição, o ex-senador Magno Malta (PL), o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli (Republicanos), completando o campo da direita, com maiores chances de vitória. Com a retirada dos nomes do PT, a esquerda ficou com Gilbertinho Campos (Psol) e Filipe Skiter (PSTU).
Militantes do PT reconhecem a importância do acordo, por força da prioridade de garantir a vitória do ex-presidente Lula na disputa à presidência da República nas eleições de outubro, mas reclamam da passividade com que as negociações foram conduzidas no Estado, que resultaram, na prática, em isolamento do partido. Mesmo assim, sem a garantia de que o palanque de Casagrande será só do candidato petista.
Uma declaração que circula em grupos da militância do PT aponta: “Tem anos que brigamos por causa do fechamento das escolas no campo, do abandono da população ribeirinha atingida pela lama da Vale, pela perseguição aos índios e territórios quilombolas, a matança aos jovens negros…não posso abonar o continuísmo e falta de políticas públicas a essa população. Além disso, o candidato é um gestor que se diz socialista, mas andou em trio elétrico chamando Lula de ladrão e apoiando o golpe contra Dilma. Voto 13 de cabo a rabo, inclusive para governador”, e acrescenta: “Nenhum militante deve sentir-se obrigado a votar em candidato que vai contra a ideologia que o faz pertencer à luta”.
Outro comentário diz assim: “Pois é. Tanto se fala na militância, e mesmo depois de todo o belo movimento que fizemos em torno da candidatura do Fabiano Contarato, a direção não foi capaz de enviar um comunicado. Poderia ser por aqui mesmo, poderia ser pela lista de e-mail. Só um comunicado. A sensação que fica é que são 2 PTs paralelos: o do filiado, militante, e o da direção”.