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Moradores pedem proteção em acostamento da estrada em obras na orla de Meaípe

Veículos ultrapassam pela direita, levando perigo aos usuários. Pequenos acidentes já aconteceram

Foto Leitor

Moradores da região de Meaípe e Porto Grande, em Guarapari, pedem pela instalação de mecanismos que impeçam os veículos de realizarem ultrapassagens pelo acostamento da ES-060 (Rodovia do Sol) no trecho em obras. A falta dos chamados “olhos de gato” (tachinhas ou tachões amarelos que refletem os faróis dos automóveis) ou outro instrumento que contenha o tráfego de automóveis no acostamento já tem provocado pequenos acidentes, segundo relatos de quem caminha pela orla periodicamente. 

“Eu faço caminhadas todo os dias aqui. Não culpo os motoristas, porque é realmente tentador ultrapassar pelo acostamento. Muito menos sou contra a obra, que é maravilhosa, a gente esperava por ela há muito tempo. O que queremos é só que coloquem os equipamentos para reduzir a velocidade e proteger as pessoas que usam o acostamento. Olho de gato, algo assim”, explica Adson Fernandes da Silva, morador de Porto Grande. 

“Já soube de dois acidentes: um envolveu uma moto e um ciclista e o outro, um carro e um pedestre. Mas caminhando diariamente, é comum encontrar relatos de pessoas que reclamam quase terem sido atropeladas e o perigo que é passar por aqui. Eu costumo colocar pedras, como se fossem olhos de gato, não sei se é correto, mas logo retiram”, prossegue. 

Adson conta que tentou fazer a reivindicação telefonando inicialmente para a Prefeitura de Guarapari, sendo informado que a obra é de responsabilidade do governo do Estado. Na Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), foi direcionado ao Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), que executa os serviços. “Lá conversei no gabinete do engenheiro responsável, que disseram se chamar Américo. Ficaram de me dar um retorno, mas até agora nada. Na Ouvidoria, o telefone deixa a gente esperando muito tempo, sem atendimento”, relata. 

Nas fotos enviadas ao jornal, o morador mostra um trecho próximo às ruinas do Hotel Maimbá, onde até ônibus avançam sobre o acostamento. “Em um desses telefonemas, me informaram que o projeto da obra prevê readequação dos quebra-molas no futuro. Mas até lá, o que vai acontecer com os ciclistas e pedestres? O risco de atropelamento é grande! Em outros setores, chegaram a me dizer que ainda não há certeza se os quebra-molas continuarão lá. Achei estranho, porque qualquer pessoa com um mínimo de discernimento, vê que precisa, sim”.

Foto do Leitor

Investimento de R$ 67 milhões

A ordem de serviço para obras de contenção da erosão e restauração da região costeira da Praia de Meaípe, em Guarapari, foi assinada pelo governador Renato Casagrande (PSB) em outubro passado, após antigas reivindicações da população local, que há anos sofre com processos erosivos e o avanço do mar sobre a faixa de areia.

O investimento é de R$ 67 milhões e envolve serviços de contenção do processo erosivo num trecho de 3,3 mil metros, além da execução da dragagem, aterro hidráulico, construção de enrocamentos, como espigões, molhes ou quebra-mares com objetivo de proteger as áreas costeiras da ação de ondas marinhas. As obras incluem também a alimentação artificial da praia, chamada de engordamento, que vai promover a reabilitação do trecho costeiro em, aproximadamente, 40 metros.

Em janeiro de 2021, Século Diário registrou o clamor dos moradores e frequentadores desse trecho da estrada, que denunciaram o asfalto desmoronando e colocando a vida de ciclistas e pedestres em risco, mediante vários acidentes e quase acidentes que ocorriam com frequência.

Vitor Taveira

“Pode haver ali um vício de origem, já que a estrada foi construída à beira das falésias, que são formações litorâneas geradas justamente pelo choque constante das ondas do mar com as rochas, provocando o desgaste ao longo do tempo. Do outro lado da pista ainda está a lagoa e uma área alagadiça, que indicam um terreno ainda mais instável”, registrou a reportagem, na época.

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