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‘Agora na fase de recuperação da Covid, é que mais devemos vacinar toda família’

Nésio Fernandes também alerta sobre monkeypox: não é doença leve e, como a Covid, pode infectar qualquer pessoa

Sesa

“Agora que vivemos uma fase de recuperação, é quando mais devemos vacinar toda a nossa família, as crianças já aptas, os adolescentes, adultos, os idosos. Porque se não fizermos neste momento, pode ocorrer uma nova expansão no final do ano, como já ocorreu nos últimos dois da pandemia”. O pedido foi feito pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante pronunciamento na tarde desta segunda-feira (1).

Durante a fase aguda da quinta onda, foram mobilizados cem leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e cem de enfermaria exclusivamente para pacientes graves adoecidos pela Covid-19. Foram 74 mil casos em junho e julho. Em relação aos óbitos, “chegamos a ter média móvel de óbitos de sete dias superior a oito óbitos por dia na primeira semana do mês de julho”, número que caiu para 2,71 óbitos/dia na média móvel dos últimos sete dias.

Apesar da expectativa de consolidação da fase de recuperação da quinta onda da pandemia durante este mês de agosto, conforme previsto pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em maio, Nésio Fernandes alertou que “a pandemia continua apresentando circulação de novas variantes, representando um cenário de risco que exige atenção e a mobilização de todos”.

A cobertura vacinal insuficiente, ponderou, se deve principalmente pela “falta de uma comunicação clara, uníssona e coordenada no âmbito nacional”. No entanto, “as vacinas são a principal medida de saúde pública de prevenção primária capaz de interromper o comportamento de internações de pacientes graves e óbitos nas proporções que estamos vivendo este ano”, reforçou o gestor.

Nesse sentido, é preciso urgentemente atualizar o esquema vacinal da população que mais está evoluindo a óbito neste momento de recuperação da quinta fase. “São pessoas que tomaram sua última dose de vacina no ano passado. Gostaríamos muito que a população capixaba procurasse o serviço de saúde para atualizar seu esquema de vacinação”.

Nos meses de maior baixa dos indicadores da pandemia, entre abril e maio, houve redução na procura por vacinas no Estado. “Tivemos em torno de 535 mil doses aplicadas entre abril e maio. E entre junho e julho, mais de 600 mil doses. Isso não é adequado”.

A atual “geração tecnológica de vacinas”, assinalou, “é capaz de reduzir o risco de internações e óbitos de forma muito satisfatória e, associada ao tratamento medicamentoso, é possível ter redução ainda maior no número de óbitos”, explicou, referindo-se a dois medicamentos já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o Baricitinib, para uso hospitalar e pré-hospitalar, e o Paxlovid, para uso domiciliar.

O primeiro já foi incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba e está sendo utilizado em todos os hospitais que tratam pacientes com Covid. A indicação é para casos graves, excetuando os que utilizam ventilação mecânica. Em breve, o medicamento será utilizado também nas unidades pré-hospitalares. “Aprovei hoje [segunda,1] pela manhã a portaria que disciplina o protocolo de disponibilização desse medicamento pela rede pré-hospitalar. As UPAs e PAs da Grande Vitória viverão um projeto piloto nas próximas semanas de disponibilidade de Baricitinib para uso antes da internação na unidade hospitalar. Temos expectativa de expandir a metodologia para as demais regiões do Estado”, anunciou.

Quanto ao Paxlovid, a Sesa aguarda que o Ministério da Saúde finalize a aquisição, para prover a utilização do mesmo junto à população mais vulnerável, formada principalmente por idosos e pessoas imunocomprometidas, em tratamento domiciliar de casos leves.

“Os dois medicamentos mais a vacinação atualizada temos possibilidade muito grande de um segundo semestre de menor repercussão de internações e óbitos”, reforçou.

Monkeypox

Sobre a monkeypox, a chamada varíola dos macacos, Nésio Fernandes afirmou ocorrer um “silêncio epidemiológico”, com subdiagnóstico em todo o país, explicado por algumas razões: baixa oferta de testagem pelo Ministério da Saúde e por “uma redução da percepção de risco da suspeita clínica e diagnóstica por parte de profissionais de saúde da rede privada e pública”.

Persiste entre os profissionais de saúde, alertou, a associação do alto risco da doença apenas ao grupo populacional formado por homens que fazem sexo com homens (HSH). “Não é adequado”, afirmou. “É uma doença associada a um comportamento de risco e a relações sociais que se estabelecem por meio de contato próximo pele a pele, podendo ocorrer infecções em pessoas fora do grupo HSH. A monkeypox, como a Covid-19, não escolhe. Todo aquele que se submeterem a um contato direto com pessoas com lesões podem se infectar, independente de idade e orientação sexual”.

Assim, a Sesa prepara uma atualização de normas técnicas e realização de cursos e formações para profissionais das redes privada e pública, “incrementando nossa capacidade de suspeita clínica e buscando viabilizar a realização dos testes em solo capixaba ainda no mês de agosto”.

O secretário ressaltou ainda que “não se trata de uma doença leve”, pois “as dores corporais nas lesões são significativas, especialmente nas mucosas”. O risco de uma doença, expôs, não pode ser avaliado somente mediante a sua letalidade, “mas também pelo sofrimento causado e a capacidade de transmissão”. A orientação para toda a população é: “diante das lesões, procure atendimento médico”.

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