Iniciativa consiste em reunir políticos e outras personalidades do campo progressista para, juntos, impedir a ameaça de golpe
O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Octavio Costa, fará nos próximos dias convite ao governador Renato Casagrande (PSB) para integrar a Rede da Legalidade, que consiste em reunir políticos e outras personalidades do campo progressistas para, juntos, impedir a ameaça de golpe, por meio de pronunciamentos e a utilização das rádios e TVs educativas nos estados. Os programas e matérias jornalísticas serão veiculados, também, em emissoras comunitárias e na mídia independente.
A iniciativa da centenária entidade foi formalizada nessa quinta-feira (4), a partir de uma proposta do conselheiro Beto Almeida, de Brasília. O Grupo de Trabalho encarregado pela montagem da rede definiu que, nos próximos dias, o presidente da ABI fará contato com os governadores para convidá-los para o ato de lançamento da rede, no próximo dia 15, com a participação de personalidades do mundo político, cultural, religioso e de outros setores de oposição ao governo Jair Bolsonaro.
O grupo é formado por representantes do Espírito Santo, Brasília, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Ceará. O primeiro programa da Rede da Legalidade será apresentado na próxima reunião, no dia 10, quando será confirmada a transmissão, no dia 15, em rede nacional, por meio das rádios e TVs educativas, blogs, emissoras comunitárias, veículos da mídia independente e TVs universitárias.
No Estado, a Rádio Espírito Santo e a TV Educativa já se colocaram a transmitir matérias da Rede da Legalidade, segundo o presidente do sistema, Igor Pontini, faltando somente formalizar o convite ao governador. Outros veículos, como a TV da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), serão convidados, na Grande Vitória e no interior.
O primeiro programa constará de pronunciamentos de governadores de oposição ou de seus representantes, e também de personalidades de setores da sociedade civil que se opõem à política golpista do presidente Jair Bolsonaro, da forma como vem sendo demonstrada em acusações infundadas ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Rede da Legalidade é inspirada na ação do mesmo nome liderada por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, que, na época, utilizou o sistema de rádio para garantir a posse do vice-presidente, João Goulart, na presidência da República, depois da renúncia do presidente Jânio Quadros.