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Programas do Capitão Sousa e Aridelmo mostram visões antagônicas de gestão

Militar e empresário foram os primeiros a registrar candidaturas ao governo na Justiça Eleitoral

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Os candidatos ao governo Capitão Sousa (PSTU) e Aridelmo Teixeira (Novo), os primeiros a efetivar registros na Justiça Eleitoral e mostrar seus programas de gestão, demostram diferenças extremas, que vão desde o modelo de desenvolvimento econômico até a visão macro do Estado. De um lado, um capitão da ativa da Polícia Militar, de orientação marxista, com o foco na construção da “revolução socialista brasileira”, focado na luta de classe. Do outro, um professor e empresário liberal, focado na manutenção do mesmo status quo, que fala de revolução social envernizado por meio de programas de governança, comuns do novo capitalismo.

O Capitão Sousa diz que a “crise brasileira é manifestada por uma verdadeira guerra da classe dominante contra a classe trabalhadora. Esta guerra, declarada em 2015, com o brutal ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro-banqueiro Joaquim Levy, atinge seu ápice no governo de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, e o seu resultado se manifesta na situação catastrófica em que o Brasil está mergulhado”.

Já Aridelmo Teixeira apresenta um programa de “revolução social”, que apresenta como “inovador e sustentável”.  O propósito, afirma, é “transformar o velho ciclo vicioso responsável pela perpetuação e pelo aumento da miséria no Espírito Santo: a insegurança alimentar, física, emocional e educacional, principalmente (…), em um novo ciclo de geração de riqueza, trabalho e renda”.

Para o Capitão Sousa, “a submissão do Estado aos interesses das classes dominantes não é diferente no Espírito Santo. A exemplo do governo federal, o estadual é submisso ao imperialismo, cujo projeto para o Brasil é controlar nosso sistema financeiro, as águas, energia e setores estratégicos, e explorar nosso petróleo, nosso potencial agrícola, nossos minérios, e demais matérias primas. O Estado cumpre exatamente esse papel, seja na produção de celulose, seja na exportação de minério de ferro. Os resultados objetivos desse processo são o subdesenvolvimento, a super exploração do trabalho e a miséria”.

No Espírito Santo, “nenhuma das demais candidaturas faz oposição a esse projeto de dependência econômica”, defende o militar. Para ele, “é apresentado o mesmo projeto econômico, disputando entre si quem tem maior talento para atuar como gerente capixaba dos negócios da burguesia financeira, latifundiária, comercial e industrial remanescente. Sobretudo no atual contexto de coesão dos de cima, nós, trabalhadores e trabalhadoras, devemos estar conscientes, organizados e unidos”.

O documento prossegue: há “crescimento e franca expansão do latifúndio, que conta com voluptuosos investimentos do Estado em detrimento da agricultura familiar, gerando uma realidade que combina safras recordes ostentadas pela burguesia latifundiária na grande imprensa e taxas de fome e insegurança alimentar não vistas há muito tempo; elevação estratosférica das taxas de lucro do capital financeiro, acumulando riqueza com a especulação da dívida pública”.

O candidato Aridelmo traça, em campo oposto, uma perspectiva baseada em eixos, que envolve vários setores da sociedade, incluindo o grande empresariado e os projetos poluidores do Estado, com propostas para agilizar os licenciamentos ambientais, “estabilizar as regras que interferem nos negócios”; e “aumentar em 100% a atração de investimentos privados e o valor das exportações dos arranjos produtivos, em articulação com as tradings capixabas”.

Um dos eixos da “revolução social” de Aridelmo é a política de segurança habitacional, “por meio da emissão do título de posse – escritura, para todos os proprietários de terrenos não regularizados em conglomerados urbanos consolidado”. Outro é “a política de segurança e saúde, com forte ênfase na atenção básica à família e eliminação das filas de espera por agendamentos para atendimentos e exames especializados”.

Em outro campo, lista “políticas de geração de emprego e renda e riqueza, fundamentais, principalmente, para os jovens de 16 a 29 anos, por meio de uma profunda melhoria tanto na qualidade da educação pública profissionalizante, por meio de hub tecnológicos, quanto no ambiente de negócios do Espírito Santo”. E, por último, a política de “segurança ambiental, por meio da universalização do saneamento básico, recuperação de nascentes, rios e mata atlântica, sempre em equilíbrio com o desenvolvimento do agronegócio”.

“O nosso Governo trabalhará com foco em uma melhoria contínua do ambiente de negócios. O Estado precisa evoluir de forma significativa nesse campo, com a desburocratização na abertura de novos negócios, em parceria com os municípios, o Código de Defesa do Contribuinte Capixaba, dentre outras ações. Cada dia que se reduz na burocracia, é um incentivo adicional ao setor produtivo abrir novos negócios e, por conseguinte, gerar riqueza, melhores empregos e renda, em nosso Estado”, exalta o documento.

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