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Mulheres negras se mobilizam para ocupar a Assembleia e Câmara Federal

Candidatas garantem que, se eleitas, principais ações dos mandatos serão com foco nas mulheres negras e periferias

Seja pela primeira vez ou com experiência em outros pleitos eleitorais, seja em candidaturas coletivas ou não, mulheres negras se mobilizam nas Eleições 2022 no Espírito Santo, para disputar os cargos de deputadas estadual e federal. São candidatas de várias localidades do Estado, que têm como algumas das principais bandeiras de luta as mulheres negras e as comunidades periféricas.

Mulheres de Todas as Lutas é o nome de um grupo de cinco negras que lançaram a primeira candidatura coletiva do PSB no Espírito Santo. Quem encabeça a iniciativa na disputa para deputada federal é a empreendedora Fernanda Pereira, que reúne nessa empreitada Samara da Silva, mulher trans, doméstica e moradora de Marataízes, no sul do Estado; a jornalista, escritora e professora Luciana Máximo, de Piúma, também no sul; a mãe de santo Karla Regynna, da Serra, na Grande Vitória; e a graduada em Letras e Gestão Aplicada, Thayani de Oliveira, de Piúma.

Divulgação

“O nome do coletivo é porque cada uma tem uma identidade de luta e permanece nela. São mulheres com origem na periferia, que dialogam com as minorias, cinco pretas reunidas para discutir política no Espírito Santo”, diz Fernanda, destacando a diversidade presente no grupo, com pessoas ligadas a causas como as da comunidade LGBTQIA+, combate à intolerância religiosa e, obviamente, as relacionadas as mulheres negras e ao povo negro em geral.

Entre as mulheres negras que se candidatam pela primeira vez, está a professora e coordenadora estadual do Círculo Palmarino, Ana Paula Rocha (Psol), que disputa o cargo de deputada federal. Nascida em uma família de militantes, ela tem inserção nos movimentos populares desde a infância, mas foi há cerca de quatro anos que começou a traçar sua candidatura com seus irmãos, os ativistas Winny Rocha e Lula Rocha, este último, falecido em fevereiro de 2021.

Ana Paula Rocha. Foto: Divulgação

Ana Paula afirma que sua candidatura expressa um projeto coletivo dentro de sua trajetória de militância. “A gente só avança quando se organiza coletivamente, minha candidatura é mais um espaço de organização enquanto povo preto e trabalhador. Queremos trazer a potência dos negros, nossa ancestralidade. A gente quer enfrentar a pobreza, que é negra, mulher e periférica. Nós somos a maioria, e queremos fazer política com e para a maioria”, diz.

Crislayne Zeferina (Rede), candidata a deputada estadual, também é estreante nas eleições. Integrante do Coletivo Beco, no Território do Bem, em Vitória, ela afirma que sua candidatura é fruto da “falta de representatividade de pessoas negras e periféricas”. Crislayne destaca que negros e moradores das periferias normalmente não são vistos como potências políticas, “mas como transformadores de votos para colocar outras pessoas nos espaços de poder”.

Crislayne Zeferina. Foto: Divulgação

Trabalhadora da área da saúde, Carmem Lúcia Gomes de Oliveira (PCdoB) também é candidata este ano, à Assembleia Legislativa. Ela afirma que a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) é sua principal bandeira, tendo como uma de suas propostas a criação de um projeto que nomeou como Praça Sempre Viva e Inclusão Social, com equipe multidisciplinar para atendimento às crianças com deficiência.

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