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ONG denuncia impactos provocados por pedreira em Cariacica

Atividade expõe moradores de bairros vizinhos a problemas como poeira em suspensão e rachaduras de imóveis

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A Associação Intermunicipal Ambiental em Defesa do Rio Formate e seus Afluentes (Asiarfa) pede providências do poder público em relação aos impactos provocados no meio ambiente e na saúde da população que vive nos bairros vizinhos à Serra do Anil, em Cariacica, onde a empresa Brasitália realiza extração de brita para construção.
Em ofício encaminhado no dia 25 de julho à presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Cariacica (Consemac) e secretário municipal de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente (Semdec), Luciana Tibério Gomes, a ONG pelo fim do “descaso e silêncio intencional”.
Os bairros mais afetados citados são Mucuri, Alto Mucuri, Piranema, Vila Independência, Itanguá, Nova Brasília, Nova Valverde, Santana, havendo ainda impactos sobre o tráfego de veículos no trecho da BR-101 que margeia o empreendimento. 
Os impactos negativos elencados são o “barulho ensurdecedor” provocado pela perfuração das rochas; os “riscos ampliados de acidentes humanos” durante as explosões; e de fragilização das estruturas dos imóveis do entorno; “o volume de poeira suspensa na atmosfera”; “alteração e redução dos recursos hídricos, com assoreamento e entulhamento”; e a “redução da fauna e flora, com alteração da paisagem”.
Procurada por Século Diário, a presidente do Consemac e secretária da Semdec informou, por meio de sua assessoria, que a denúncia da Asiarfa foi encaminhada nesta sexta-feira (19) para o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) com pedido de providências, tendo em vista que o licenciamento ambiental da empresa foi feito em âmbito estadual.
Membro da coordenação da ONG, João Neto afirma que a diretoria ainda não havia recebido retorno do  município e que considera essa transferência de demanda uma omissão. “Para nós, como existe um pacto federativo, a prefeitura não pode transferir a responsabilidade totalmente. Cabe a ela também tomar uma atitude. A gestão municipal está 100% omissa sobre esse caso”.
O ofício, explica, foi produzido em reunião da ONG com moradores locais, que continuam mobilizados sobre o assunto. “Não há controle, não há gestão pública. Da forma como a empresa está operando, já deveria ter sido desativada. Ela acumula lucro e a população acumula doença, não tem cabimento. Nós somos ecossocialistas. Entendemos que a defesa do meio ambiente não pode ser mercantilizada. Já teve pessoas com braço amputado trabalhando lá. Milhares sendo impactados de forma negativa”.
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O morador de Mucuri e colaborador da ONG Geovane José de Oliveira diz que um desses casos aconteceu com um tio seu na década de 1980. “Ele teve o braço cortado por uma pedra que veio de uma explosão. Naquela época a pedreira chegou a ser fechada por aproximadamente 30 dias”.

João Neto conta que a Asiarfa e os moradores defendem a criação de um parque natural na Serra do Anil, de forma a coibir a degradação ambiental e social e a proteger os recursos naturais da região. “Vamos discutir com a comunidade uma forma de implantar um parque. Aquela empresa não pode continuar lá como está, não”. 

A reportagem entrou em contato com o Iema e aguarda resposta sobre os possíveis encaminhamentos sobre o tema.

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