Soraya e Evair de Melo estão entre os cinco deputados que votaram 100% a favor de projetos contra os trabalhadores
Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), divulgado nesta segunda-feira (22), revela que a maioria da bancada capixaba nas duas casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado) votou contra a classe trabalhadora. O documento, denominado “Quem foi Quem no Congresso Nacional”, mostra que, dos 10 deputados na Câmara, metade votou 100% contra os trabalhadores.
Na Câmara, votaram dessa forma os deputados Neucimar Fraga (PP), Lauriete (PSC) Evair de Melo (PP), Soraya Manato (PTB) e Amaro Neto (Republicanos). A deputada Norma Ayub (PP) votou 12,75% a favor e 87,5% contra; Felipe Rigoni (Uniao), 30% a favor, 70% contra; Da Vitória (PP), 10% a favor, 90% contra. Helder Salomão (PT) e Paulo Foletto (PSB) votaram 100% a favor dos trabalhadores. Todos eles são candidatos à reeleição.
No Senado, Fabiano Contarato (PT) votou 100% a favor dos trabalhadores; Marcos do Val (Podemos) – 80% contra, 20% a favor; e Rose de Freitas (MDB), que é candidata à reeleição, também votou 80% contra e 20% a favor.
O levantamento mostra os votos dos senadores e deputados “em temas relevantes de interesse dos trabalhadores e da sociedade, sendo um “termômetro baseado nas votações de mérito, que define a posição do parlamentar em relação às matérias de interesse dos trabalhadores”.
Entre os temas contras a classe trabalhadora, destacam-se a reforma da Previdência; a política de (des) valorização do salário mínimo; flexibilização das relações de trabalho (carteira verde e amarela); novas regras para o teto de gastos; trabalho aos domingos e feriados sem pagamento adicional da hora trabalhada; congelamento dos salários dos servidores públicos.
Segundo o Diap, “a plataforma, desenvolvida para aferir o desempenho parlamentar em temas que impactem os direitos dos trabalhadores e os serviços prestados à sociedade, faz parte de um projeto de acompanhamento e compartilhamento de informações de domínio público, como forma de estimular a participação política e o voto consciente”.
Os organizadores destacam que “como qualquer iniciativa que pretende fornecer dados e informações à sociedade, ela possui um recorte e esse recorte sempre possui algum grau de subjetividade”. Para reduzir ao máximo esse viés, buscou-se a definição de critérios na escolha de votações de matérias que representem o pensamento majoritário dos segmentos afetados pelas políticas públicas, positiva ou negativamente.
Para tanto, foram utilizados cinco critérios, a partir da importância da matéria sob os pontos de vistas político, econômico e/ou social; em seguida, o registro nominal do voto de cada parlamentar, excetuando os de forma simbólica quando não há registro do voto por tratarem de matérias consensuais ou em função de manobras regimentais; o grau de disputa entre oposição e situação, exigindo-se em cada votação uma oposição superior a 20% da Casa do Congresso, no caso da Câmara com divergência superior a 100 votos; o aspecto temporal das propostas de leis submetidas para votação pelos parlamentares com vigência permanente ou temporária das políticas públicas; e clareza do dispositivo votado em relação ao objetivo pretendido, de modo a não deixar margens para dúvidas sobre o conteúdo da votação.