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​Propostas dos candidatos ao governo para prevenção ao HIV são ‘vazias’

Representante de Rede Nacional defende campanhas para prevenção e redução de estigmas

A divulgação das políticas de prevenção ao HIV tem sido falha no atual governo, como afirma o representante estadual e municipal da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, Sidney Parreiras de Oliveira, e, considerando os planos de candidatos apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também não há expectativa de mudanças. “As propostas são vazias”, critica.

A questão foi inserida somente por Aridelmo (Novo), Audifax Barcelos (Rede) e Carlos Manato (PL). O governador Renato Casagrande (PSB), Guerino Zanon (PSD), Claudio Paiva (PRTB) e Capitão Vinicius Sousa (PSTU) nem ao menos apresentam propostas com foco na prevenção ao HIV.

No plano de governo de Aridelmo Teixeira (Novo), consta como uma das metas “reduzir doenças sexualmente transmissíveis” e “realizar campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis”. “Não está dizendo nada. Que tipo de campanha? Como vai reduzir as infecções?”, questiona Sidney.

Audifax Barcelos (Rede) afirma que irá “desenvolver protocolos para amamentação e aleitamento, planejamento reprodutivo e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), inclusive para adolescentes, e garantir acesso a diversas formas de contracepção e profilaxia de ISTs”.

Já Manato (PL), que seu programa de governo “está com um arcabouço de prevenção dessa doença infecciosa, ainda notificada e aumentada em nosso Estado, que se dará com programa de investimento em prevenção digital, oferta de insumos e uma linha de cuidado efetiva aos contaminados incluindo subsídios no Auxílio Brasil”.

Nos dois casos, as propostas também foram consideradas “superficiais” por Sidney. Ele destaca como um dos pontos prioritários para a gestão estadual, o empenho na divulgação das políticas e dos avanços nas tecnologias de prevenção, como a Profilaxia Pré-Exposição (PreP), que consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus.

Além disso, o maior incentivo ao uso de preservativos e divulgação da Profilaxia Pós Infecção (PEP), medicamento de prevenção de urgência para ser utilizado em casos de exposição ao vírus.

Também é preciso esclarecer, destaca, o que é carga viral indetectável, que é quando uma pessoa que vive com o HIV segue o tratamento com antirretrovirais e a carga viral torna-se baixa, não sendo detectada nos exames. Nesses casos, a pessoa sequer transmite o vírus.
“Tendo conhecimento a respeito disso, o estigma contra a pessoa que vive com HIV diminui”, diz, destacando que o acesso a informações sobre as políticas de combate ao HIV auxilia na efetivação da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde de garantir que pelo menos 95% dos diagnosticados tenham acesso ao tratamento e fiquem com a carga viral indetectável. A meta é um passo para que, em 2030, o Brasil alcance a porcentagem de 100%.
Sidney salienta ainda que não é suficiente a gestão estadual cumprir o papel de dar suporte aos municípios por meio de capacitações às Câmaras Técnicas sobre teste rápido e outros temas. Para ele, a realização de campanhas sobre as políticas pode levar a maior procura por métodos contraceptivos e, consequentemente, elevar a pressão social para que os serviços sejam de fato prestados pelas gestões municipais. 

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