LesboCenso mostra que violência acontece tanto em espaços públicos quanto privados. No Estado, maior índice foi registrado nas ruas
A Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e a Associação Lésbica Feminista de Brasília – Coturno de Vênus divulgaram o LesboCenso: Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil, que traçou o perfil das mulheres lésbicas em cada uma das unidades federativas. Um dos dados levantados é a variedade de locais onde as entrevistadas sofreram violência lesbofóbica, sejam públicos ou privados. Para a psicóloga e coordenadora da Comissão de Gênero e Diversidade Sexual do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Marina Bernabé, o quadro reforça que “é difícil pensar em um lugar seguro para as mulheres lésbicas”.
No Espírito Santo, o índice maior de violência, de 20,10%, foi de agressões sofridas na rua. Em segundo lugar, com 17,87%, na própria casa. Em seguida, locais de lazer (10,65%), escola/faculdade (9,79%), trabalho (8,76%), estabelecimentos comerciais (6,87%), rede social (6,36%), transporte coletivo/complementar (4,64%), instituição religiosa (4,47%), serviço de saúde ou assistencial (3,26%), transporte individual (3,09%), delegacia (1,03%), banheiro público (1,03%), site (0,86%), outro (0,69%), serviço de utilidade pública (0,34%), não quis responder (0,17%).
Quanto ao grau de escolaridade, as informações referentes ao Espírito Santo traçam o seguinte panorama em meio às mulheres que se declararam lésbicas no Estado: ensino fundamental incompleto (2,79%), ensino fundamental completo (11,85%), ensino médio incompleto (0,35%), ensino superior incompleto (29,97%), ensino superior completo (28,22%), pós-graduação latu sensu (17,42%), mestrado cursando (3,14%), mestrado completo (4,88%), doutorado cursando (0,70%) e doutorado completo (0,70%).
“O acesso à informação, ao conhecimento, pode estar ligado ao maior conhecimento de si mesma. A heterossexualidade é colocada como algo obrigatório, compulsório, o acesso à informação pode contribuir para a desconstrução dessa obrigatoriedade”, acredita Marina.
No que diz respeito à raça/etnia, divide em negras (47,10%), pretas (17,75%), pardas (29,35%), amarelas (1,71%), brancas (50,51%) e não sei (0,68%). Para a psicóloga e coordenadora da Comissão de Gênero e Diversidade Sexual do Conselho Regional de Psicologia, a maioria de negras, pretas e pardas é o reflexo do fato de que a maioria da população faz parte desses grupos.