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‘Temos que votar em nomes comprometidos com a comunidade LGBTQIA+’

Associação Gold dá orientações para “não eleger pessoas que não sabem respeitar as diferenças”

Dois de outubro está chegando e os eleitores irão escolher cinco candidatos nas eleições deste ano. Um dos desafios desse pleito, segundo a Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold), é “não eleger pessoas que não sabem respeitar as diferenças e que trabalham para aumentar o preconceito no nosso país”. Por isso, a entidade está dando orientações para a comunidade LGBTQIA+ sobre como não votar em candidatos lgbtfóbicos.

“Temos que votar em candidatos comprometidos com a comunidade LGBTQIA+”, defende o presidente da Gold, Diego Herzog. Ele afirma que a ideia das orientações, divulgadas nas redes sociais e dadas também pessoalmente, surgiu do fato de que integrantes da entidade são procurados por pessoas que querem indicação de candidatos que defendem a pauta da diversidade, mas que a Associação prefere não indicar nomes, e sim, orientar para que o eleitor possa fazer sua escolha.

Diego afirma que é preciso tirar Jair Bolsonaro (PL) da presidência, mas que é necessária também uma renovação no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, uma vez que, muitas vezes, parlamentares apresentam projetos favoráveis à comunidade LGBTQIA+, mas não são aprovados porque as Casas de Leis historicamente são compostas por uma maioria conservadora.
Um exemplo citado por ele é o da Câmara de Vitória, na qual a comunidade LGBTQIA+ conta somente com as vereadoras Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT) na defesa de suas pautas. “Alguns, em sua trajetória política, possuem postura lgbtfóbica. É preciso averiguar o que o candidato fala sobre a comunidade LGBTQIA+, se já aprovaram projeto a nosso favor ou se pelo menos apresentaram”, diz, destacando que se faz importante também verificar os partidos dos candidatos, descartando a possibilidade de votar naqueles que fazem parte de siglas conservadoras, principalmente as ligadas a Bolsonaro.
Outra orientação é de que a população LGBTQIA+ deve estar mencionada no material de campanha com propostas voltadas para ela. Além disso, a Gold alerta para o cuidado com a questão da representatividade. Muitos eleitores que fazem parte da comunidade LGBTQIA+ querem votar em pessoas desse grupo, mas, destaca a Gold, não basta ser da comunidade LGBTQIA+, é preciso defender as pautas dela.
Diego recorda o caso de Bianca Biancardi, mulher trans que concorreu à Prefeitura de Cariacica em 2020. “Ela é bolsonarista e chegou a ir para o cercadinho de Bolsonaro lá em Brasília. A gente quer que aumente sim o número de representantes LGBTQIA+, mas não com pessoas com uma visão de mundo que não nos contempla”, diz.

Vote LGBT
A organização Vote LGBT, que desde 2014 busca aumentar a representatividade das pessoas LGBT+ na sociedade, principalmente na política, atualiza em seu site, semanalmente, a quantidade de candidaturas da comunidade LGBTQIA + em todo o Brasil. Conforme consta no portal, são 270 candidaturas no total, entretanto, 275 candidatos, pois em cinco candidaturas coletivas foram encontradas mais de um LGBTQIA+. 
Do total de candidaturas, 220 são individuais e 50 são coletivas. Nessas últimas, 24 tem um LGBTQIA+ como candidato principal, ou seja, com o nome registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e 31 como candidatos não registrados.
No site, constam seis candidaturas do Espírito Santo. Para deputada federal está a de Ane Halama (Psol), lésbica. Na disputa para esse mesmo cargo tem a candidatura coletiva encabeçada por Fernanda Pereira (PSB), que conta com Luciana Máximo, Karla Regynna, Thayani de Oliveira e Samara da Silva, que é mulher trans. Outra coletiva é a de Ivo Lopes (PT), Emanuelle Kisse, que é bissexual, e Ilona Açucena, bissexual.
Para a Assembleia Legislativa tem as de Barbarah Brasil (PSB), uma mulher trans; e Mônica Alves (Psol), bissexual. Há somente uma candidatura coletiva para deputado estadual, a de Ceia Lyrio (Psol), que é lésbica, e Sandrinha Oliveira, bissexual. Diego aponta candidaturas que não estão no site: a de Liz Queiroz (PT), mulher trans, candidata a deputada estadual; e de Ella Machado, que está em uma candidatura coletiva ao Senado com Gilbertinho Campos (Psol). 

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