O Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros) denuncia que, nessa segunda-feira (3), trabalhadores do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, foram demitidos. A entidade questiona as medidas, destacando que aconteceram na véspera do início da greve dos enfermeiros da rede privada, nessa terça-feira (4), o que, aponta, é ilegal.
Apesar de ser um hospital público, o Himaba é administrado por uma Organização Social (OS), o Instituto Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental (Acqua). O sindicato tem orientado os trabalhadores a procurar o jurídico da entidade para pleitear a reintegração, com ressalta a presidente do Sindienfermeiros, Valeska Fernandes.
A entidade também realiza um levantamento da quantidade de pessoas demitidas. Valeska relata que o argumento para as demissões é de que a ala para Covid-19 será desativada, passando por uma reforma para abrigar uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). Entretanto, ela acredita que possa ser uma retaliação. “É uma prática para coibir o movimento grevista”, reforça.
Além disso, explica Valeska, a carga horária máxima da Enfermagem é de 44h semanais e os patrões querem pagar o piso somente para quem cumpre essa carga horária. Os trabalhadores questionam o fato de que os patrões defendem que quem cumprir uma carga horária menor, receberá um valor proporcional. Entretanto, no entendimento do Sindienfermeiros, piso é o mínimo que se deve pagar ao trabalhador, não podendo haver remuneração de valor inferior.
A presidente do sindicato explica ainda que, para os trabalhadores que têm carga horária mensal de 220h, o Sindhes quer estipular uma escala de 12 x 36, ou seja, trabalhar um dia e folgar dois. Atualmente, a escala é de 12 x 60, assim, o enfermeiro trabalha um dia e folga dois.