Gerência da OS Mahatma Gandhi, que administra a UPA, ameaçou denunciar grevistas ao Coren-ES
O Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfemeiros) denuncia que, como forma de intimidar os trabalhadores a abandonar o movimento grevista, a Organização Social (OS) Mahatma Gandhi, que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra, tem ameaçado denunciar os profissionais ao Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), correndo o risco de perderem o registro profissional.
As ameaças, afirma a presidente do sindicato, Valeska Fernandes, partem da gerência da OS. A dirigente sindical acredita que trata-se de uma iniciativa que busca intimidar principalmente os trabalhadores mais novos, que são os que têm menos informações sobre diversos direitos, como o de greve. Por isso, durante a tarde desta quinta-feira (13), ela tem esclarecido os enfermeiros da UPA que não é possível qualquer denúncia ao Coren-ES por adesão à greve, muito menos a perda do registro.
A dirigente sindical afirma que o Sindienfermeiros conversou com a secretária municipal de Saúde, Bernadete Coelho Xavier, uma vez que a UPA é administrada por uma OS, portanto, não há motivos para a gestão municipal querer interferir no movimento grevista. Desde então, afirma, não houve mais nenhuma tentativa de intimidação por parte da Prefeitura da Serra.
O sindicato orientou os trabalhadores a procurar o jurídico da entidade para pleitear a reintegração. O argumento para as demissões foi de que a ala para Covid-19 será desativada, passando por uma reforma para abrigar uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). A categoria está em negociação sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não aceita a proposta do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Espírito Santo (Sindhes), que afirmou que se o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar o piso inconstitucional, irá retirar direitos já conquistados pelos trabalhadores, como plano de saúde, auxílio creche e seguro de vida.