Capitã Estéfane não conseguiu se eleger para a Câmara Federal por falta de apoio partidário
Passadas duas semanas da derrota de lideranças políticas na disputa para a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, com a sociedade voltada para a eleição de presidente da República e governador do Estado no próximo dia 30, já aparecem no cenário fatos comentados apenas nos bastidores, durante o primeiro turno, que demonstram racha entre antigos aliados. Um deles, o apoio da vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane (Patriota), ao governador Renato Casagrande (PSB).
O afastamento da vice com o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) não é de agora, vem se processando há meses, ganhando maior intensidade no dia 2 deste mês, com a derrota nas urnas que ela sofreu ao disputar uma cadeira na Câmara Federal. Tentou, mas não conseguiu prosperar, com apenas 10 mil votos. Faltou-lhe traquejo, fôlego e, principalmente, apoio partidário.
Seu partido, o acanhado Patriota, girava em torno da candidatura a deputado federal do presidente estadual, deputado Rafael Favattto, igualmente derrotado nas urnas. Do lado do Republicanos, legenda do prefeito Pazolini, os desencontros internos também contribuíram para o afastamento da vice-prefeita.
No primeiro turno, bom lembrar, o então candidato ao governo, Guerino Zanon (PSD), andou acenando para a capitã para ela ser vice em sua chapa. Seu nome também era comentado em setores da área de segurança pública como a vice ideal para formar com Casagrande, não fosse a coligação entre Patriota e o Republicanos e a base favorável ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Isso serviria para acalmar pelo menos parte do setor de segurança pública, insatisfeito com Carlos Manato (PL), bolsonarista que, segundo comentam, descumpriu a promessa de indicar como seu vice um militar. No caso de Estéfane, seria a escolha perfeita onde se assenta a maior base de Bolsonaro.
A escolha da capitã deve inaugurar um reagrupamento de blocos políticos, sem tirar o formado entre o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos) e Felipe Rigoni (União|), anunciado como forte e com um futuro promissor. Depois da derrota de ambos, essa parece não ser, porém, a realidade, ainda mais com pequenos conflitos internos nas duas legendas, que podem representar debandadas a curto prazo.