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‘O que é um abono de R$ 1 mil diante do acúmulo de perdas inflacionárias?’

Gestão de Lorenzo Pazolini anunciou abono para servidores, mas sindicato reforça defesa por política de valorização

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (25), que irá enviar para a Câmara de Vitória, até segunda (31), um projeto de lei para concessão de abono no valor de R$ 1 mil para os servidores. A medida, no entanto, não foi motivo de comemoração para os trabalhadores. “O que é um abono de R$ 1 mil diante do acúmulo de perdas inflacionárias?”, questiona a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Vitória (Sindismuvi), Waleska Timóteo.

A dirigente sindical informa que, na atual gestão, já há um acúmulo de 14%, pois em 2021, o prefeito deveria ter pago o acumulado de 2020 e, em 2022, o do ano anterior. Somado com o período do ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania), o total é de cerca de 34%.

De acordo com a gestão municipal, o abono destinado aos mais de 17 mil servidores, entre ativos e aposentados, foi possibilitado pela “redução de 50% do número de cargos comissionados e ao corte de privilégios”. Waleska contesta: “É preciso desconstruir discursos”, pontua, afirmando que o número de comissionados, de fato, reduziu, mas as despesas com a folha de pagamento desses trabalhadores continuam no mesmo patamar da gestão anterior. “Eles valorizam os comissionados, o que não fazem com os efetivos”, critica.
Waleska salienta que o sindicato não defende política de pagamento de abono, mas sim “plano de cargos e salários acessível para todos, reajuste salarial e reposição das perdas”. No que diz respeito ao plano, ela relata que a gestão de Lorenzo Pazolini não publica edital para progressão, impossibilitando o crescimento dos servidores na carreira.
A dirigente sindical explica que há dois tipos de progressão: vertical e horizontal. A vertical tem como base o tempo de serviço, contemplando somente 15% dos servidores que a pleiteiam quando o edital é aberto. A horizontal diz respeito à titulação, mas pode ser pleiteada somente por quem já foi beneficiado na vertical. Para Waleska, além da publicação do edital, é preciso que a gestão se empenhe em fazer alterações que possibilitem mais acesso à progressão.
Em julho deste ano, a gestão de Lorenzo Pazolini anunciou reajuste linear de 12,36% para todos servidores do quadro geral, sendo 6% já naquele mês e outros 6% em janeiro de 2023. Também foi anunciado de 26% para professores graduados e de 20,7% para os com especialização, mestrado ou doutorado. Nessa ocasião o Sindismuvi também afirmou que a iniciativa não atendia plenamente as necessidades dos servidores, por não corrigir as perdas salariais.
Em abril, a Câmara de Vitória já havia aprovado o reajuste de 72,5% no tíquete alimentação para os servidores municipais, válido a partir do mês de maio. A porcentagem também foi criticada, por não recuperar o poder aquisitivo dos trabalhadores. “O discurso de valorização dos servidores é uma falácia”, disparou Waleska na época. Com o reajuste, o tíquete passou de R$ 256 mensais para as cargas horárias de até 30 horas semanais e R$ 320 para a de 40 horas, para R$ 440 e R$ 550, respectivamente.

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