sábado, novembro 23, 2024
21 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

‘Prefeitura não traz nada para a comunidade, só degrada e favorece os grandes’

Moradores de Buenos Aires, em Guarapari, acusam gestão de Edson Magalhães de obra sem licença em áreas naturais

Redes sociais

Moradores da área rural de Buenos Aires, na região serrana de Guarapari, ao sul da Grande Vitória, acusam a gestão do prefeito Edson Magalhães (PSDB) de desmatamentos e aterros de brejos em função do alargamento da estrada que corta a comunidade. 
A obra, denunciam, não está licenciada e visa beneficiar grandes empresários do setor imobiliário que pretendem construir condomínios fechados na região. E a denúncia feita ao Ministério Público ainda não logrou investigação. “Não se se interessaram em investigar”, afirma o presidente da Associação de Moradores e Pequenos Produtores Rurais de Buenos Aires, Dirceu Brambatti Bianchi.
“A comunidade não é contra o desenvolvimento, mas em nenhum momento foi consultada. Estão fazendo obras para favorecer empresas que estão indo construir condomínios fechados”, relata. 
“Estão aterrando os brejos todos. Os brejos tudo dentro de Buenos Aires acabaram. E a gente não vê nenhuma placa de licença ambiental, perguntamos e não sabemos de nenhuma licença. Também não sabemos de projeto de saneamento. Sabemos que empresários já compraram bastante terrenos, e a prefeitura está fazendo a parte dela na pressa, para eles não perderem o investimento”, deduz o líder comunitário. “Para derrubar qualquer coisa para plantar um feijão tem que ter licença, mas para uma obra desse tamanho, não tem”, compara. 
Outra reclamação dos moradores, conta Dirceu, foi em relação ao projeto de uma arena de lazer que seria erguida na comunidade. “O projeto inicial seria um shopping rural no campo de futebol da comunidade. Queriam tirar o nosso campo de futebol! A gente rejeitou”, conta. 
Ao contrário do fim do campo de futebol, Dirceu informa que os pedidos da comunidade, que poderiam ser incluídos como condicionantes do licenciamento ambiental, são em torno de um posto de saúde, que não existe em Buenos Aires, da ampliação da educação, hoje restrita aos iniciais do ensino fundamental, e de uma quadra poliesportiva. Todos negados até o momento. 
“Fizemos algumas reuniões com ele e nada, não atende nada que a comunidade pede. Na última tentativa de diálogo com o prefeito, no final de agosto, ele não apareceu, mandou os secretários”. 
“A comunidade não é contra o desenvolvimento, falo de novo. Se o projeto tivesse chegado na nossa mão antes, a gente teria adequado às necessidades das comunidades, porque Buenos Aires é o centro de várias outras localidades aqui”, reforça, citando Barra do Limão, Goiabas, Córrego e Vargem Grande. “O problema é como está sendo feito. É como se entrasse na sua casa, para reformar, sem te perguntar nada, e ir fazendo o que bem entende”, metaforiza. “A comunidade está revoltada”. 
Urbanização 
Buenos Aires é uma comunidade de aproximadamente 400 moradores, que tem se tornado alvo de especulação imobiliária. “Está acabando a característica rural, se tornando urbana. Grandes empreendimentos estão chegando e descaracterizando, mas sem benefício para quem mora aqui. Médico só tem uma vez por mês, usando espaço da igreja, porque não tem posto de saúde”, relata o presidente da Associação de Moradores.
As festividades, afirma, são feitas pela própria comunidade. “A gente faz os eventos, muito mais que a prefeitura. Tem a festa da padroeira, o réveillon, o carnaval, a Paixão de Cristo, campeonato de futebol envolvendo sete comunidades, durante seis meses”, elenca. 
O prefeito, lamenta Dirceu, “é muito arrogante. A gente procura para conversar, mas ele não atende. Agora está ‘enfeitando o pavão’ para os outros”, repudia.
Licenças 
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura (Semag) de Guarapari alegou que “todas as etapas [da ampliação da estrada] estão licenciadas pelos órgãos ambientais” e que foram realizadas “reuniões com a comunidade”. Sobre a construção da arena de lazer, disse que “não há planejamento de instalação da mesma na comunidade”. 
A nota, no entanto, não informou os números e datas das licenças mencionadas, e se elas estão disponíveis para consulta pública.


Devastação ambiental do Alphaville continua, denunciam moradores

Obras nas Três Praias seguem sem anuência do CEC e empreendedor não pediu perícia sobre incêndio, suspeito de ser criminoso


https://www.seculodiario.com.br/meio-ambiente/devastacao-ambiental-do-alphaville-em-tres-praias-continua-denunciam-moradores

Mais Lidas