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Grito da Cultura irá estender sua atuação para todo o Espírito Santo

Movimento popular surgiu este ano, em Vitória, contra o desmonte das políticas culturais da gestão Pazolini

O Grito da Cultura, que nasceu para lutar contra o desmonte das políticas públicas dessa área em Vitória, irá ampliar sua atuação, se estadualizando. A decisão foi tomada porque o grupo tem recebido demandas de outras cidades, com convites para participar de ações. O primeiro passo nesse sentido será um encontro virtual com artistas capixabas, na próxima terça-feira (8), tentando englobar todos os 78 municípios capixabas, para discutir a realidade de cada um deles.

A integrante do Grito da Cultura, Karlili Trindade, afirma que as demandas vindas de outros municípios são similares às da Capital, mas não têm a mesma proporção. “Vitória tem uma particularidade, que é uma gestão de extrema direita”, diz, em referência à administração de Lorenzo Pazolini (Republicanos). Karlili avalia que, como o Grito ganhou destaque e repercussão, é importante os artistas das demais cidades se unirem a ele em vez de agirem individualmente.

Além disso, recorda, o movimento esteve nas ruas no segundo turno das eleições deste ano, pela reeleição de Renato Casagrande (PSB) ao governo do Estado, diante da necessidade de evitar que o então candidato Carlos Manato (PL) chegasse ao Palácio Anchieta. “Manato não era sequer uma opção, era uma grande ameaça não só para a cultura, mas para a população em geral. Fizemos campanha para Casagrande e vamos cobrar do governador que cumpra o compromisso assumido com a cultura”, destaca.
Além do encontro virtual com artistas capixabas na próxima terça, o Grito da Cultura pretende, em 2023, dar início a uma caravana cujo objetivo é circular pelos municípios do Espírito Santo para se aprofundar na realidade de cada um e promover formação política. Para isso, será feito um projeto piloto em um município a ser escolhido.
Entre os problemas já elencados pelo Grito da Cultura em algumas cidades capixabas, está a junção da pasta da cultura com outras. Um exemplo disso é Vila Velha, que na atual gestão de Arnaldinho Borgo (Podemos), uniu a secretaria de Cultura com a de Turismo. Assim, explica Karlili, os fazedores de cultura não têm autonomia para decisões que dizem respeito a questões como orçamento e políticas culturais.
O Grito da Cultura nasceu em março deste ano, quando ao som de tambores e música, que se misturavam com palavras de ordem, artistas e articuladores culturais de Capital ocuparam a entrada da sede da Prefeitura de Vitória, denunciando o desmonte e descaso com as políticas do setor no município. A manifestação saiu do bairro Jesus de Nazareth, com uma caminhada até a sede do Executivo, em Bento Ferreira.
No mesmo mês, os mobilizadores protocolaram uma carta com sete reivindicações urgentes para a cultura de Vitória, como a Lei Rubem Braga, o não fechamento de equipamentos de atendimento à juventude e o investimento no setor. Um novo ato foi realizado em abril. Artistas cobraram o cumprimento das reivindicações protocoladas, bem como uma reunião com o prefeito Lorenzo Pazolini. Desde então, o Grito da Cultura tem atuado contra os retrocessos na área, com ações nas ruas e nas redes sociais.

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