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PT diz que prisão de militante que furou bloqueio bolsonarista é política

Advogada de Chico Linhares, Alciene Maria Rosa, defende que o motivo da prisão, que completa uma semana neste sábado, é equivocado

A Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota exigindo a libertação do eletrotécnico aposentado Francisco Emanoel Soares dos Santos, o Chico Linhares, preso no último sábado (5), em Linhares, norte do Estado, por furar um bloqueio de manifestação realizada por grupos bolsonaristas que contestam a vitória nas urnas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atividade considerada ilegal, mas que ainda permanece em vários locais do País.

Quase uma semana depois, o militante petista permanece preso, acusado de tentativa de homicídio, apesar de não haver nenhuma pessoa ferida ou machucada ou qualquer outro tipo de comprovação das acusações, como aponta a defesa. O caso ocorreu em frente ao Tiro de Guerra, no bairro Três Barras. Aas manifestação continuam no mesmo local, nesta sexta-feira (11), dificultando o trânsito normal de veículos.

“Toda a família está muito apreensiva com essa situação injusta”, comenta Rosana Santos, esposa de Chico Linhares. Apesar de não ser filiada ao PT, ela acompanha o marido, com quem tem uma filha, que participou ativamente da campanha Lula, do governador reeleito, Renato Casagrande (PSB), e do deputado federal Helder Salomão (PT), campeão de votos à Câmara.

A prisão de Chico foi efetuada com intermediação do policial militar Rodrigo Bonadiman, o Cabo Bonadiman, que concorreu a deputado federal pelo PL nas eleições de 2 de outubro, segundo a advogada Alciene Maria Rosa. Nesta sexta-feira, o caso está na pauta de julgamento da Justiça.

Na defesa, a advogada afirma que o motivo da prisão foi equivocado. “Ele dirigia pela via pública e o carro encostou em alguns cones. Parou e retornou a pé para conversar com os manifestantes, apresentando-se como defensor da democracia e do respeito ao resultado das eleições”, explica, esclarecendo que Chico Linhares havia ingerido bebida alcóolica. No entanto, a promotora de Justiça Luiziany Albany Scherer contestou a defesa e pediu a manutenção da prisão.

A nota do PT destaca: “Criminosos impedindo o trânsito na cidade de Linhares, no norte do Espírito Santo, tentaram impedir o trabalhador, filiado ao Partido dos Trabalhadores (…) de se deslocar na cidade. Reconhecido como ‘petista’, foi perseguido e preso por uma autoridade que acoberta o movimento ilegal e criminoso. O motivo alegado foi a ‘tentativa de homicídio’. Sem provas. Tendo como testemunhas os criminosos que cercaram seu carro. Trata-se de prisão eminentemente política”.

O texto prossegue dizendo que que “não há motivos para a prisão do companheiro (…) Seu direito de ir e vir, sua liberdade, seu convívio com a família, sua dignidade estão sendo afrontados por autoridades coniventes com atos sabidamente ilegais. Chico Linhares é vítima da tentativa de golpe por inconformados com a derrota eleitoral”.

Na nota, o partido manifesta “solidariedade à família” e ressalta: “Nos unimos a todos e todas que acompanham esta situação revoltante, particularmente nossa solidariedade à família e ao próprio Chico Linhares”.

O PT acrescenta, no documento, que as eleições acabaram no dia 30 de outubro e a “vitória de Lula, reconhecida pelo mundo todo e fiscalizada por organizações nacionais e internacionais, é realidade. Não se confunde com o desejo e as mentiras levantadas por grupos minoritários desapontados e financiados para criar instabilidade política. O processo de transição já acontece reconhecido por todo o país”.

Desde o dia 31 de outubro, finaliza o partido, “pequenos movimentos que contestam o resultado das eleições foram tratados com a firmeza da Lei. Considerados ilegais, foram dissolvidos pelas forças policiais. A resistência e o impedimento da liberdade de ir e vir são crimes contra a sociedade”. 

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