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​MST realiza atividades em preparação à inauguração do Armazém do Campo

Inauguração está prevista para fevereiro, na Casa Verde. Saraus e venda de cestas de Natal são as atividades pré-inaugurais

Divulgação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em contagem regressiva para a inauguração do Armazém do Campo, prevista para fevereiro, no Centro de Vitória. Para isso, irá organizar atividades pré-inaugurais, como forma de dialogar com a sociedade sobre o que é e quais são os objetivos dessa nova iniciativa no Estado. A primeira é a venda de cestas de Natal com produtos da agroecologia do MST, que começou nesta terça-feira (22). Em dezembro, serão realizadas atividades artísticas.

As três opções de cestas podem ser adquiridas por meio de um link disponível nas redes sociais do Movimento. A tamanho G, no valor de R$ 270,00, conta com arroz agulha polido orgânico, fubá, açúcar mascavo, cachaça, sucos, geleia, doce, boné, café e chocolate. A M, de R$ 130,00, arroz agulha polido orgânico, chocolate, geleia, café e boné. A última, chamada de Cesta Presente, que custa R$ 150,00, vem com cachaça, café chocolate e boné. A quantidade dos produtos varia de acordo com o tamanho das cestas.

As cestas podem ser retiradas no Armazém do Campo ou entregues em domicílio. “Em cada uma delas, terá uma carta falando sobre o Armazém. Queremos dialogar com a sociedade por meio da alimentação saudável e fazer com que possam conhecer os produtos do MST produzidos no Estado. O MST vem produzindo bastante, dando conta de alimentar as pessoas com quantidade e qualidade”, ressalta o integrante da direção estadual, Daniel Mâncio. Entre os produtos do Espírito Santo contidos na cesta, estão café e geleia. Também há produtos de outros estados, como o arroz orgânico, de um conjunto de cinco cooperativas do Rio Grande do Sul, e o fubá, da Bahia.
No dia 7 de dezembro, o Armazém do Campo estará aberto para a realização do sarau Trópico Utópico, realizado com a Editora Cousa, com apoio do Governo do Estado. Terá início às 20h, com apresentação musical do cantor Jonathan Silva e poesias com o escritor Caê Guimarães. Outros músicos irão se apresentar a convite de Jonathan Silva: Edvan Freitas, Elaine Vieira, Fraga Feri, Fabíola Santos, Jonias Feli e Atanásio, um cancioneiro popular, do assentamento Sezínio Fernandes de Jesus, em Linhares, norte do Estado.
A convite de Caê também estarão presentes os escritores Fran Bernardes, Marciel Cordeiro, Márcio Miranda Moraes, Saulo Ribeiro, Stel Miranda e Fátima Ribeiro. Esta última é poeta do assentamento Sezínio Fernandes de Jesus. Durante o sarau, ela irá lançar seu livro, Vivências e re-existências, no qual faz uma tradução poética de sua vida. O evento também contará com exposição e venda de livros por meio da Combiousa, projeto da Editora Cousa.
Divulgação

Antes do sarau no Armazém do Campo haverá um, com os mesmos artistas, no assentamento Sezínio Fernandes de Jesus, em 4 de dezembro. A ideia, segundo o escritor e produtor cultural Saulo Ribeiro, da Editora Cousa, é que a atividade do dia 7 seja preparada no assentamento. “Assim como os produtos produzidos nos assentamentos serão comercializados no Armazém do Campo, queremos fazer essa vivência no assentamento para preparar o sarau e levá-lo para a cidade”, diz Saulo.

Tânia Araújo

O Armazém do Campo será em uma casa histórica abandonada no Centro de Vitória, conhecida como Casa Verde, na rua Dionísio Rosendo, perto da Catedral Metropolitana. O imóvel passou por uma série de reformas, preservando seu aspecto histórico. A integrante da direção estadual do MST, Eliandra Rosa Fernandes, afirma que ofertar produtos do movimento na Grande Vitória sempre foi um “gargalo”. Portanto, o Armazém “vem agregar à oferta na Capital”.

De acordo com ela, a inauguração na Casa Verde permitirá o acesso a uma diversidade de produtos que não é possível garantir por meio das entregas quinzenais feitas pelos agricultores. “Não se trata somente de geração de renda para os agricultores, a venda dos produtos dialoga com a luta pela terra, pela reforma agrária popular, pela preservação ambiental, plantio de árvores, agroecologia”, enumera.

O imóvel também estará aberto aos movimentos sociais e culturais, com a realização de atividades como rodas de conversa e as de cunho cultural. “Vai ampliar a relação campo e cidade, na perspectiva de um projeto popular no Espírito Santo”, comemora.

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