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Rede faz ‘depuração interna’ e prepara afastamento de grupos de direita

Lais Garcia, presidente da legenda no Estado, diz que a “depuração é necessária, a fim de afastar apoiadores do fascismo” 

Por determinação da Executiva Nacional, alinhada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à gestão de Renato Casagrande (PSB), a Rede Sustentabilidade no Espírito Santo prepara uma guinada à esquerda e pretende promover uma “depuração em seus quadros”, com a desfiliação de membros de grupos de direita.

Entre os nomes que estão na mira, os suplentes de deputado estadual Guto Lorenzoni e Fábio Duarte, ex-vereadores na Serra e apoiadores do ex-prefeito Audifax Barcelos, derrotado na disputa ao governo do Estado e, no segundo turno, alinhado ao candidato bolsonarista ao governo derrotado, Carlos Manato (PL). Audifax pediu desfiliação logo após a votação de 2 de outubro.

“Estamos promovendo um processo de readaptação interna, com alteração nos quadros, para fazer uma depuração a fim de afastar apoiadores do fascismo”, conta Lais Garcia, presidente (porta-voz) do partido no Espírito Santo, ressaltando que, para adotar essa medida, será constituído um Conselho de Ética para avaliar caso a caso.

“Estamos aguardando a determinação da Nacional, mas quero destacar que todos terão direito de defesa”, diz, acrescentando que o processo segue o curso natural das eleições, em especial no segundo turno, quando a presidente nacional do partido, Marina Silva, se alinhou a Lula, sendo inclusive apontada como ocupante de um ministério no futuro governo.

Lais explica que a Rede mantém a mesma linha adotada no segundo turno eleitoral, enfatizando os programas de centro e centro-esquerda para dar sustentação aos governos de Lula e Casagrande, não havendo espaço para grupos de direita.

Ela acredita que “essa depuração é necessária” para o partido poder se integrar ao futuro governo Casagrande, que ela classifica como “novo”, destacando o compromisso firmado com uma agenda ambiental apresentada no período eleitoral. O documento relaciona as questões socioambientais com a “justiça social e os interesses coletivos, e carrega consigo a concepção de desenvolvimento da sociedade, de relações políticas e sociais, da correta distribuição equitativa dos bens naturais”.

Os compromissos assumidos por Casagrande dizem respeito a “assegurar que a política socioambiental do próximo governo seja estabelecida e implementada com base em diretrizes estratégicas com uma política ambiental integrada, por meio da promoção do controle e da participação social, com investimento em ações para o desenvolvimento sustentável.

Para Lais, a Rede está mais voltada para o cumprimento dessa agenda e, questionada, diz que o partido estará junto ao novo governo, mas negou qualquer conversa sobre a ocupação de uma secretaria, apesar de destacar: “O partido tem bons nomes, mas a escolha é do governador”.

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