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Cadeirante aguarda entrega de cadeira de rodas desde antes da pandemia

Flávia Xavier já teve, nos últimos meses, duas promessas de data de entrega descumpridas pelo Crefes

Arquivo pessoal

A cadeirante Flávia Maria dos Santos Xavier, moradora de Rosa da Penha, Cariacica, está desde antes da pandemia à espera de uma cadeira de rodas solicitada ao Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes). Um novo prazo de entrega é o dia 14 de dezembro, mas ela se diz, infelizmente, pouco convencida do cumprimento. 

“Durante a pandemia, eles diziam das dificuldades de entregar as cadeiras, que tinham que fazer mutirões quando dava, eu entendi e aguardei. Em setembro passado eu fui lá perguntar e me prometeram para outubro. Em outubro, a diretora, Regina, garantiu que no dia nove de novembro eu iria receber. Fui lá dia 18, porque soube que tinham chegado cadeiras novas, mas ela nem quis me receber, não consegui chegar nem na porta da diretora, sendo que ela tinha me garantido que dia nove eu estaria com a minha cadeira. Eu disse a ela que se não chegasse eu iria reclamar, e foi o que eu fiz”, relata. 

Há uma semana, Flávia diz que suplicou por rodas novas, já que as suas estavam muito desgastadas, oferendo risco de queda, mas o pedido também foi negado. “Pedi pelo amor de Deus para pelo menos me arrumarem roda para eu não ficar sem andar, porque a cadeira é a ferramenta que eu tenho para andar dentro de casa, na rua. Lá dentro eu vi um monte de cadeira que ninguém veio buscar e eles não me liberaram nem as rodas”. 

Com insistência, Flávia conta que foi ouvida por um atendente, que lhe pediu documentos pessoais e fez uma nova promessa de data, o dia 14 de dezembro. “Eu tive que pegar roda emprestada com uma amiga para poder usar a cadeira e aguentar até conseguir receber a minha”. 

Agendamento 

As demoras nas entregas de cadeiras de rodas aos usuários do Crefes já foram relatadas em Século Diário em agosto, quando a presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência de Vila Velha, Neidemara Martins, contou sua própria experiência, que precisou ser judicializada, e, mesmo assim, foi descumprida por três vezes seguidas pela instituição. “Tem gente esperando cadeira desde 2017, gente que morreu sem a cadeira, gente que toma banho no chão, porque não tem cadeira de banho”, disse, na ocasião.

Depois de finalmente receber a cadeira prometida, ela agora identifica outro problema, que é a dificuldade em agendar atendimento por telefone. “Agora você não pode mais entrar no Crefes sem agendamento, mas eles não atendem telefone. Virou um caos”.

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