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Perda de capital político do Republicanos reforça nome de Amaro Neto na Serra

Prefeitura seria alternativa para deputado permanecer na política, considerando um mandato na Câmara apagado e desarticulado

O nome do deputado federal Amaro Neto começa a ser retomado por setores do Republicanos no Espírito Santo para disputar a Prefeitura de Serra em 2024, informam os bastidores políticos. A situação ocorre por conta do receio da legenda de continuar a perder capital político, decorrente do fraco desempenho do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, o encolhimento eleitoral do deputado Erick Musso, presidente da Assembleia Legislativa até janeiro de 2023 e depois disso sem mandato, e também o crescimento de partidos progressistas, como PT e Psol, e a decadência do bolsonarismo.

O partido, alinhado à direita bolsonarista, com a articulação em curso, busca garantir o controle de pelo menos uma prefeitura importante no Estado, reavivando movimentação registrada na eleição de 2020, quando o nome de Amaro foi cogitado para a disputa e levou-o a transferir o domicílio eleitoral de Vitória.

Na época, a pré-candidatura foi dada como certa, depois que Amaro desistiu de concorrer em Vitória, onde a rejeição ao seu nome, como atualmente, já era apontada como elevada, apesar da boa votação alcançada na disputa contra o ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania), em 2016.

A prefeitura da Serra seria a alternativa para o deputado permanecer na política, considerando a perda de densidade eleitoral nas eleições de outubro deste ano. Em 2018, o parlamentar foi o mais votado, com 181,8 mil votos para seu primeiro mandato. Já neste ano, a votação caiu para 52,3 mil votos, um encolhimento de 129,4 mil.

Os números da votação estão em conformidade com um mandato apagado e desarticulado de outras lideranças, sustentado por um programa de TV de perfil popular, que atinge as classes C e D. Essa é a situação atual do partido, apesar da eleição de três deputados estaduais – Sergio Meneguelli, Alcântaro e Bispo Alves -, a reeleição de mais um – Hudson Leal -, e da permanência de Amaro Neto na Câmara Federal.

A Serra, maior colégio eleitoral do Estado, é vista por integrantes do partido como ponto essencial para a retomada do projeto de alcançar o governo em 2026, que se tornou inviável com a derrota da candidatura ao governo e depois ao Senado do deputado Erick Musso, considerada intempestiva entre lideranças políticas, com repercussão negativa junto à direção nacional.

O município entra nos planos do partido com maior destaque em consequência do crescente desgaste das duas maiores lideranças políticas do município, o atual prefeito, Sergio Vidigal (PDT), e o ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido, depois que saiu da Rede), derrotado na disputa ao governo nessas eleições.

Bancada

Na Assembleia, o Republicanos elegeu a segunda maior bancada, atrás apenas do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, contabilizando quatro parlamentares. Os novos deputados são Sergio Meneguelli, com a votação recorde de 138,5 mil votos, Bispo Alves, eleito com 14,4 mil votos; Hudson Leal, reeleito para o terceiro mandato com 20,8 mil votos; e Alcântaro, 15,7 mil votos.

Mas nem por isso, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, uma das lideranças do partido, terá a garantia de obter apoio para uma candidatura à reeleição, por integrar o grupo do atual presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, desmantelado nas últimas eleições e onde se sustentava o projeto de ampliação do Republicanos em todo o Estado.

Pesa contra esse projeto nomes considerados com maior densidade, como do ex-prefeito João Coser (PT), deputado estadual eleito na onda de redemocratização gerada na campanha de eleição do presidente eleito, Lula, que reforçou os partidos progressistas em todos os níveis, para fazer frente às legendas da direita.

Essa situação altera também a formação da nova Câmara de Vitória, que a partir de fevereiro de 2023, terá mais dois nomes ligados à oposição: o advogado André Moreira (Psol), que entrará no lugar da vereadora Camila Valadão, eleita para a Assembleia; e o professor Vinícius Simões (Cidadania), que assumirá o lugar do vereador Denninho Silva (União), também eleito deputado estadual.

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