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Ações antecipadas

Em meio às negociações e anúncios sobre o próximo secretariado, Gilson Daniel já entra em campo como deputado federal eleito

Lissa de Paula/Ales

Em meio às negociações e anúncios sobre o próximo secretariado do governo Renato Casagrande (PSB), o deputado federal eleito e ex-prefeito de Viana, Gilson Daniel (Podemos), decidiu entrar em campo bem antes da posse em fevereiro de 2023, para intermediar demandas, anunciar “mandato participativo” e cobrar providências da gestão estadual. A movimentação chama atenção por Gilson ser aliado da primeira fileira do governador e aparecer cotado para retornar à gestão estadual, mas, desta vez, com condições postas à mesa. Nesta semana, nas redes sociais, Gilson publicou vários vídeos nas ruas, atendendo a demandas da população de seu reduto eleitoral. Em um deles, chamou de “maior absurdo” e avisou “que não iria aceitar”, ao se referir ao fim da turma do 6º ano na Escola Nelson Vieira Pimentel, em Viana Sede, medida tomada pela gestão estadual. Também tratou de falta d’água e alagamentos decorrentes das chuvas e de obras de infraestrutura e macrodrenagem. No caso da Sedu, citou falta de resposta da Superintendência da Educação e disse ter acionado o próprio Casagrande, nos outros, informou interlocuções com a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) e a Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Ele também apresentou “soluções”, seguidas de frases como “resposta rápida, é isso que a população quer” e “vou trabalhar muito para melhorar e mudar a vida das pessoas de Viana e do Espírito Santo”. A Sedurb é, hoje, a principal investida de Gilson Daniel em relação à formação do secretariado, ocupada, porém, por outro aliado fiel de Casagrande, Marcus Vicente (PP), derrotado na disputa à Câmara Federal e que certamente permanecerá devidamente acomodado. O retorno do ex-prefeito à equipe de Casagrande resolveria outra demanda: abrir espaço para o primeiro suplente, coronel Alexandre Ramalho (Podemos), que tem a Câmara como sua principal pretensão. Por enquanto, os sinais emitidos pelas ações antecipadas de Gilson são de que o nó ainda não foi desatado. No aguardo dos próximos capítulos…

Tem ‘dono’
Outra secretaria na mira de Gilson é a de Agricultura (Seag). Mas já está claro, conforme os anúncios públicos, de que esta ficará sob a batuta do vice-governador eleito e próximo secretário de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço (PSDB). Nenhum indicativo ainda de que o ex-prefeito negociará o cargo com Gilson. Até porque…

Futuro
…tanto Gilson quanto Ferraço são nomes que aparecem nas rodas dos aliados com projetos de futuro, o que joga luz na sucessão do governador em 2026. Ferraço, principalmente, atendendo a um projeto antigo, embora ele negue, negue e negue. Sei…

Loteamento
A atual configuração no governo, inclusive, concede a Ferraço condições para isso e poder e comando de áreas estratégicas. A pasta de Desenvolvimento, ele receberá com estrutura reforçada, e ainda colocará a mão em Agricultura e Meio Ambiente. Além disso, tem feito indicações de secretariado em outros setores, loteando o governo com a área que representa, do empresariado.

Espaços
Já Ramalho, sem acomodação na Câmara, vai retornar ao governo, mas não estaria interessado na Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que é, pelo contrário, o que deseja Casagrande. Aí está, então, outra questão a ser solucionada, caso Gilson Daniel assuma, de fato, o mandato na Câmara.

Ruídos
Gilson Daniel foi, na atual gestão, secretário de Governo e, depois, de Planejamento, saindo em abril, período exigido pela Justiça Eleitoral. Passou o primeiro período incomodando até aliados, devido às condições favoráveis garantidas pela máquina para pavimentar sua candidatura. A troca de pasta ocorreu na esteira desses burburinhos, já para acalmar os ânimos.

Urnas
O deputado federal eleito recebeu 74,2 mil votos. O Podemos fez ainda o vice-prefeito de Vila Velha, Victor Linhalis, novato na carreira política e apadrinhado de Arnaldinho Borgo, do mesmo partido. Coronel Ramalho, que primeiro disputaria o Senado, mas foi vetado, acabou na primeira suplência, com 33,8 mil votos. O único que nem cogita ficar de fora da Câmara Federal é Linhalis.

Mesmo perfil
Magno Malta (PL) vai abrigar em sua equipe ninguém menos que o deputado federal Daniel Silveira (PTB), derrotado na disputa deste ano ao Senado pelo Rio de Janeiro. O cargo, em princípio, seria de chefe de gabinete, mas, oficialmente, ainda está em aberto. A justificativa da escolha é a “proximidade e lealdade a Bolsonaro”, como declarou ao jornal O Globo.

Segue…
Silveira, como se sabe, foi condenado a quase nove anos por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e praticar e estimular atos antidemocráticos. Ele chegou a usar tornozeleira eletrônica, mas logo recebeu a graça constitucional (perdão) pelo presidente da República.

Nas redes
“(…) Conseguimos aprovar o Projeto de Lei 166/2022, de minha autoria, que declara o Hip Hop Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. Essa é uma grande conquista da juventude, especialmente a negra e periférica. Não é o único projeto que trata da cultura popular, mas sua aprovação abre portas para outras propostas de reconhecimento e fortalecimento de uma arte tantas vezes incompreendida e perseguida”. Iriny Lopes, deputada estadual pelo PT.

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