Deputado federal Helder Salomão e deputada estadual eleita Camila Valadão apontam prioridades para o futuro governo
O deputado federal reeleito Helder Salomão (PT) e a deputada estadual eleita Camila Valadão (Psol) comemoraram nesta segunda-feira (12) a solenidade de diplomação do próximo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-Geraldo Alckmin (PSB), realizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. As duas lideranças defenderam responsabilização do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de membros de sua família, inclusive com prisões, caso sejam confirmados elementos que as justifiquem por meio de processo judicial.
A diplomação presidencial foi realizada no TSE, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que entregou os respectivos diplomas eleitorais. Com os documentos, Lula e Alckmin estão habilitados a tomar posse no dia 1º de janeiro.
Emocionado, Lula chorou ao relembrar a posse do seu primeiro mandato, em 2003, e agradeceu ao povo por “confiar em alguém sem diploma universitário”. O presidente eleito exaltou a escolha da população brasileira e disse que o resultado das eleições é uma “celebração da democracia” e criticou os movimentos que tentam desacreditar o processo eleitoral e as notícias falsas e ameaças.
A diplomação também foi celebrada em Vitória, no Triplex da Resistência, no Centro, pela militância do PT, pelos movimentos sociais, por representantes de centrais sindicais e outros apoiadores do presidente eleito, que participaram ativamente da campanha eleitoral. O ato foi exibido em telão montado no local, ornamentado por bandeiras do Brasil.
Camila Valadão fez um pronunciamento na Câmara de Vitória, destacando que o “país hoje dá um importante rumo à reconstrução”. A este Século Diário, apontou que ‘o momento é desafiador e a gente vai enfrentar no próximo ano um processo de reconstrução mesmo, de um país que sai de uma guerra, e então a gente tem muitos desafios em áreas sociais, e eu considero prioritárias e fundamentais, neste momento, as questões de emprego e renda, a insegurança alimentar e os programas sociais de combate à fome. Além disso, tem que haver investimento na educação”.
Ela ressalta que houve, “nos últimos anos, uma política de “desfinanciamento”, o que implica numa redução nos níveis de informação, de acesso à universidade e aos institutos federais, consequentemente com impacto na pesquisa e no desenvolvimento econômico e social do país”. Sobre a família Bolsonaro, Camila acha que ” todos eles devem ser responsabilizados administrativa e criminalmente, que eles respondam pelos seus crimes e sejam processados, e se tiver, obviamente, elementos suficientes que levam à prisão, que sejam presos”.
Helder Valadão se posicionou de Brasília, quando se preparava para participar do ato, na sede do TSE. Ele diz que “a diplomação é uma etapa importante para consolidarmos a democracia brasileira tão fragilizada nos últimos anos. É o primeiro passo efetivo para colocarmos em prática as estratégias de retomada do desenvolvimento econômico e social com inclusão e participação social, assim como da garantia do funcionamento do estado democrático de direito. O caminho será árduo, mas vamos devolver o Brasil aos brasileiros”.
O parlamentar ressalta que “o atual governo encerra o mandato de quatro anos deixando um cenário devastador”. E acrescenta: “Por isso, precisaremos atuar para recuperar as políticas publicas em todas as áreas, mas especialmente nas áreas da educação, saúde, agricultura familiar, geração de emprego e renda e combate à fome”.
Helder acha fundamental ainda que os serviços socioassistenciais sejam fortalecidos e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição seja aprovada para garantir retorno do programa Bolsa Família e seja possível o aumento do salário mínimo acima da inflação.
Ao ser questionado se Bolsonaro e seus filhos devem ser processados pelas irregularidades na condução da administração do país, o parlamentar afirma: “Com certeza. Eles têm que pagar pelos vários crimes que cometeram. Espero que a justiça seja feita com rigor, garantindo o devido processo legal, fazendo-os pagar por todos os desmandos e desrespeito à Constituição”.