Fabiano Oliveira, apresentado como presidente do grupo “Soberanos da Pátria”, foi preso em frente ao 38º BI
A Polícia Federal (PF) finalmente prendeu, na madrugada desta segunda-feira (19), o pastor Fabiano Oliveira, presidente do movimento “Soberanos da Pátria” e um dos coordenadores de atos antidemocráticos que contestam o resultado das eleições presidenciais, pedem intervenção das Forças Armadas e desrespeitam as instituições. A prisão ocorreu em frente ao 38º Batalhão de Infantaria (38 BI), na Prainha, em Vila Velha, onde ele estava acampado com outros bolsonaristas radicais.
Desde a última quinta feira (15), agentes federais tentavam cumprir o mandado de prisão e chegaram até o espaço em frente ao 38º BI, mas desistiram por questões de segurança, a fim de evitar um confronto, considerando o clima de resistência de seguidores de Fabiano Oliveira, a maioria com bandeiras do Brasil por cima das vestes, gritando ofensas ao ministro Alexandre de Moraes e pedido a intervenção das Forças Armadas. Aguardaram para agir durante a madrugada, aproveitando o número reduzido de manifestantes, que, mesmo, assim, xingaram os policiais e o ministro.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Polícia Federal confirma a prisão, pondo fim a informações desencontradas que circularam no fim de semana. “A PF informa que nesta manhã deu cumprimento ao MPP expedido pelo STF, em desfavor do indivíduo conhecido como Pastor Fabiano. Após a prisão, que se deu em frente ao 38º BI, Fabiano foi levado ao DML [Departamento Médico Legal] e entregue ao sistema prisional do Estado”, diz a mensagem, que nada acrescenta sobre o paradeiro do empresário Max Pitangui (PTB), também com mandado de prisão em aberto.
A operação da PF foi realizada cinco dias depois de expedido o mandado de prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quinta-feira (15), quando foram presos o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), futuro presidente da Câmara, e o jornalista Jackson Rangel, editor do portal de notícias Folha do ES, de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado.
A operação envolve ainda os deputados estaduais bolsonaristas Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), monitorados com tornozeleiras eletrônicas e cumprindo medidas restritivas, como proibição de acessarem redes sociais, e outras pessoas que estão sendo investigadas por tramarem atos golpistas visando tumultuar a posse do presidente eleito, Lula (PT), em 1º de janeiro, e incentivar a intranquilidade no país.
No Espírito Santo, a operação determinada pelo presidente do TSE, em atendimento à representação da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado (PGJ-ES), foi realizada em Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari, na região metropolitana, e Cachoeiro de Itapemirim. As investigações prosseguem no Estado e em várias regiões do país, dentro da estratégia de reprimir os atos antidemocráticos que rejeitam o resultado das eleições de outubro.
O pastor Fabiano Oliveira, apresentado como presidente do movimento “Soberanos da Pátria”, sempre aparece em postagens nas redes sociais em companhia de políticos e empresários, tendo ainda participação de bloqueios de rodovias e em manifestações em outros estados. Ele usa o jargão bolsonarista “Deus, Pátria, Família” e diz lutar contra a ameaça do comunismo, seguindo a linha de grupos fascistas com conexão internacional.