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ES foi o quarto estado com mais situações de emergência pelas chuvas de dezembro

Juntos, BA, MG, SC e ES emitiram 80% dos decretos, segundo a Confederação Nacional dos Municípios

Giovani Pagotto/GovernoES

O Espírito Santo foi o quarto estado que mais decretou Situação de Emergência em função das chuvas no mês passado. Com apenas 78 municípios, 20 registraram essa situação no período de 1 a 31 de dezembro. Em primeiro lugar ficou a Bahia (91 decretos entre 417 municípios), seguida de Minas Gerais (43 de 853) e Santa Catarina (43 de 295).

Nesse período, ocorreram 245 decretações de anormalidade no país, solicitando o reconhecimento federal por parte da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). A Bahia concentrou 37% do total, Santa Catarina e Minas Gerais somaram 17,5% cada e o Espírito Santo, 8,1%. Juntos, os quatro estados responderam por 80% dos decretos.

O levantamento é da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e mediu também o volume de prejuízos e o número de vítimas, incluindo pessoas afetadas, desalojadas, desabrigadas e mortas.

No total, mais de 525 mil pessoas foram afetadas pelo excesso de chuvas. Em todo Brasil, 33 pessoas perderam a vida, em situações de deslizamentos, inundações e enxurradas, entre outras. O estado mineiro teve 14 vítimas fatais.

Os desabrigados somam 15,6 mil e os desalojados, mais de 72,3 mil. Nesse aspecto, os baianos foram os que mais sofreram, com mais de 11,4 mil desabrigados e 33,4 mil desalojados e 313,5 mil pessoas afetadas. Em seguida Santa Catarina, com mais de 61,69 mil afetados e 5 mortes. Minas Gerais ficou em terceiro lugar, com mais de 58,2 mil afetados, que resultaram em 14 vítimas fatais. E em quarto, Sergipe, com 29,2 mil pessoas afetadas.

A Bahia foi também quem mais contabilizou prejuízos financeiros, segundo o estudo, na ordem de R$ 254,8 milhões. Santa Catarina registrou mais de R$ 224,3 milhões e o Espírito Santo, R$ 182,2 milhões; seguido de São Paulo, em quarto lugar, com R$ 147,6 milhões.

Em todo o país, foram cerca de R$ 931,4 milhões em prejuízos no período, uma média de R$ 30 milhões por dia. Segundo a CNM, o governo federal pagou apenas R$ 74, 5 milhões para ações de proteção e defesa civil aos Municípios afetados, ou seja, 8,1% do total.

Baixo apoio federal

Ao longo de todo o ano de 2022, entre janeiro e dezembro, a Confederação informa ainda que a União autorizou R$ 1,7 bilhão para ações de drenagem urbana, prevenção, reabilitação, recuperação e reconstrução de áreas destruídas por excesso de chuvas em todo o Brasil, mas pagou apenas R$ 919,1 milhões, o que corresponde a 51,7% do que foi prometido.

Giovani Pagotto/GovernoES

A entidade destacou que “cabe à defesa civil municipal, de forma integrada, realizar o trabalho contínuo de salvaguardar seu Município dos eventos negativos causados por desastres e buscar sempre que possível o apoio de outras entidades da iniciativa privada, da sociedade civil organizada e até do voluntariado”. E que para cumprir devidamente essas funções, é preciso “apoio técnico e financeiro ininterrupto por parte da União e dos Estados no fortalecimento dos sistemas municipais de proteção e defesa civil”.


A gestão de risco, afirma, “somente será viável quando todos participarem, e isso demanda uma mudança cultural. Cada um de nós, em nosso dia a dia, tem a obrigação de exercer atitudes que reduzam riscos e vulnerabilidades; é indispensável que isso se torne algo natural para jovens, crianças e adultos”.

Merenda nas férias
Divulgação/PML

 Em âmbito municipal, uma medida de apoio às famílias impactadas está em curso pela prefeitura de Linhares, no norte do Estado. Durante todo o mês de janeiro, mesmo em férias, escolas estão abrindo suas portas para oferecer refeições aos estudantes. A expectativa do Programa Almoço nas Férias é atender mais de 4,5 mil crianças e adolescentes em sete escolas de cinco bairros: Aviso, Santa Cruz, Bebedouro e Planalto, Nova Esperança.

Cartão Reconstrução ES

Pelo governo do Estado, uma ação em andamento é o Cartão Reconstrução ES. O auxílio, no valor de R$ 3 mil, tem como principal objetivo ajudar famílias de baixa renda, residentes nos municípios que foram afetados de maneira mais intensa pelos temporais. Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades).

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