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‘Existem crianças e adolescentes que manifestam a transexualidade desde cedo’

Crianças e adolescentes transgêneres são tema de live do Criad e Conselho Estadual LGBT na próxima sexta

“Precisamos falar sobre direitos de crianças e adolescentes transgêneres!” é o tema da live que será realizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criad) e pelo Conselho Estadual LGBT, na próxima sexta-feira (27). A escolha do assunto a ser debatido foi feita diante do fato de que, conforme afirma o assistente social e conselheiro do Criad, Thauan Pastrello, a temática é “invisibilizada, oculta, fragilizada, fragmentada, dissolvida, negada e negligenciada”.

Thauan destaca que, por mais que a infância seja uma categoria recente na construção histórica da sociedade moderna, “desde sempre se ratificou o que chamamos de doutrina da proteção integral dos direitos da criança e do adolescente”. Ele aponta o Estatuto da Criança e do Adolescente como principal arcabouço dessa doutrina. A proteção integral, afirma, tem a diversidade como um de seus pilares. “Crianças e adolescentes são sujeitos de direito à luz de uma cultura que não se resume ao adultocentrismo”, diz.

O assistente social e conselheiro do Criad afirma que “existem crianças e adolescentes que manifestam a transexualidade desde cedo”, mas que isso não quer dizer que precisam necessariamente passar por um processo de transexualização. Ele destaca que, em meio à comunidade LGBTQIA+, as pessoas trans são as mais invisibilizadas diante de um processo de exclusão que começa na infância, prossegue na adolescência e continua na fase adulta, sendo que a expectativa de vida desse grupo é de 35 anos.
“Já na infância, sofrem no ambiente familiar, são rechaçadas, oprimidas, colocadas dentro do armário, vilipendiadas, torturadas e passam a não ter mais na família um espaço de proteção”, diz. Na escola, que Thauan classifica como “ambiente comunitário excludente, julgador e perverso”, não é muito diferente. “Ao não ter família, escola e comunidade, as pessoas trans saem principalmente do interior, sem muitas opções, estando mais suscetíveis ao trabalho precário, aos piores cargos, piores funções e piores salários”, diz.
Thauan defende a educação sexual nas escolas como fundamental para fomentar “o respeito à diversidade e coibir abusos e exploração sexual”, sendo os contrários a ela “cúmplices e coniventes com abusos sexuais”. Para ele, a educação sexual contribui para “uma cultura da diversidade que não invisibiliza crianças e adolescentes trans”.
A live “Precisamos falar sobre direitos de crianças e adolescentes transgêneres!” terá início às 14h e conta com a parceria do Fórum Estadual dos Direitos das Crianças e Adolescentes (FDCA) e do Núcleo de Estudos sobre Crianças e Adolescentes da Universidade Federal do Espírito Santo (NECA/UFES). A programação conta com a participação de Vanessa Leite, pesquisadora associada do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (CLAM/IMS/UERJ).
Também contará com a estudante de design digital e mulher trans Stella Andrade e com Ágatha Benks, artista afro-capixaba, gestora de diversidade no coletivo FEPNES+ Diversidade, Conselheira Estadual do Conselho LGBTQIPN+ e ativista dos direitos humanos. O link da atividade será enviado pelo contato informado na inscrição, que deve ser feita pelo google forms.

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