Vinícius Simões e André Moreira integram blocos políticos opostos aos do prefeito Lorenzo Pazolini
A posse dos vereadores Vinícius Simões (Cidadania) e André Moreira (Psol), nesta quarta-feira (1), irá alterar o perfil governista da Câmara de Vitória. Suplentes pelos seus partidos dos vereadores Denninho Silva e Camila Valadão, que assumem também nesse dia 1º o cargo de deputados estaduais, os dois novos parlamentares da capital carregam um histórico contrário à política do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
A nova legislatura tem também o músico Chico Hosken, que já tomou posse, assumindo o lugar do vereador Armando Fontoura Filho, o Armandinho, (Podemos), preso desde dezembro de 2022, por envolvimento em atos antidemocráticos e disseminação de fake news com ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O vereador foi afastado das funções e s tendências é ele ter o mandato cassado.
Em 1º de janeiro, tomou posse a mesa diretora da Câmara de Vitória para o biênio 2023 e 2024, depois do afastamento de Armandinho. O vereador Duda Brasil (União) assumiu como presidente e convocou nova eleição para o dia 2, sendo eleito o vereador Leandro Piquet (Republicanos) . Os demais integrantes são Aloísio Varejão (PSB) – 2º vice-presidente), Dalto Neves (PDT) – 3º vice-presidente, Maurício Leite (Cidadania) – 1º secretário, e Anderson Goggi (PP) – 2º secretário.
O professor Vinícius Simões, sem mandato desde 2020, tem embate com o bloco político de Pazolini desde as eleições de 2020, pleito no qual o candidato do seu partido, o hoje deputado reeleito Fabrício Gandini, foi derrotado perlo atual prefeito da Capital, em meio a divergências internas da legenda protagonizadas pelo então vereador Denninho Silva, eleito para a assembleia, juntamente com Luiz Emanuel Zouain e Maurício Leite, que destoaram das diretrizes partidárias.
Já o advogado André Moreira, conhecido como atuante na área de direitos humanos, chega com promessa de apresentar um projeto de alteração no Plano Diretor Municipal (PDM), a fim de reduzir as investidas da especulação imobiliária na cidade, que prejudica as camadas mais pobres da população.
Ele assume o “compromisso de dar continuidade ao importante trabalho desenvolvido pela Camila Valadão, eleita deputada estadual pelo Psol, e avançar na proposta de promover um mandato coletivo, plural, dinâmico e popular”.
Por sua vez, Vinícius Simões usa a linguagem literária e, em nota, compara o mandato que assume nesta quarta-feira com um rio: “Nosso mandato será como um rio livre e independente. Um rio determinado a levar a diante as reivindicações, os sonhos e a esperança do povo de Vitória em ter dias melhores. Um rio determinado a enfrentar a represa que impede a população de nossa cidade a ter seus direitos respeitados e garantidos, como educação e saúde de qualidade, bem como acesso à cultura, esporte e moradia”.
Em outro trecho afirma: “Um rio determinado em romper a represa que barrou os sonhos dos nossos servidores e servidoras e trazer de volta o brilho no olhar de cada um deles. Um rio determinado em sucumbir a represa que tornou nossa cidade suja, apagada, mal cuidada e desrespeitada”. E conclui: “Um rio que não limita, como um lago. Um rio que não impede, como uma represa. Mas um rio que agrega, que liberta, que transporta, que acompanha e que rompe barreiras para um bem coletivo. Nada irá detê-lo, porque o rio não sou eu, é o próprio povo”.