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Servidores mantêm mobilização até Casagrande cumprir promessas

Manifestação na posse dos deputados estaduais abriu campanha, que contará com atos de rua ainda este mês

Divulgação

O Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES) mantém mobilização até que o governador Renato Casagrande (PSB) inicie o cumprimento das promessas feitas durante a campanha para reeleição, quando inclusive abriu uma mesa de diálogo com a categoria, com expectativa de transformá-la permanente.

A manifestação realizada durante a solenidade de posse dos deputados estaduais da atual legislatura, na última quarta-feira (1), marcou o início da campanha de valorização dos servidores e fortalecimento do serviço público estadual. “Estamos trabalhando com mobilização e atos de rua. A Assembleia foi um primeiro movimento para apresentar aos deputados a pauta da categoria. A meta é criar uma frente parlamentar de valorização do serviço público”, declara o presidente do Sindipúblicos, Iran Caetano.

Na Casa Legislativa, os manifestantes entregaram um documento a todos os deputados presentes, com o qual dois deles já declaram apoio público – Camila Valadão (Psol) e João Coser (PT) – e outros dois agendaram reunião para conhecer as propostas: Iriny Lopes (PT) e Danilo Bahiense (PL).

O documento contém um diagnóstico do serviço público capixaba e as pautas prioritárias da categoria, aprovadas no último congresso geral. Pautas que também foram apresentadas aos candidatos ao governo nas eleições de 2022 e com a qual Casagrande se comprometeu. Entre os pontos reivindicados, estão recomposição salarial, reestruturação de carreiras extintas na vacância e reajuste do auxílio-alimentação e do valor das diárias.

Durante a solenidade, servidores de diversas categorias manifestaram sua indignação com a desvalorização acumulada pelos trabalhadores, em diversos aspectos.

“A diária de R$ 112, há alguns anos, não tem condição de custear as nossas despesas, como alimentação e hospedagem, para levarmos o serviço aos 78 municípios. Isso é uma vergonha! O servidor tem que tirar dinheiro do bolso para complementar as despesas quando viaja a trabalho”, desabafa Gerusa Bueno, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

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Raul Carvalho Correa da Silva, servidor e delegado adjunto do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), destaca ainda sobre a defasagem salarial e o auxílio alimentação: “Já temos servidores cancelando viagens. Nosso auxílio-alimentação é ridículo. Gostaria que os deputados olhassem com carinho para os servidores públicos. A gente trabalha muito por este Estado”.

Josicleia Stelzer Zanelato servidora e delegada do Idaf, ainda lembra “que Vitória é uma das cidades com a cesta básica mais cara do país. E não dá para se alimentar com o atual auxílio-alimentação”.

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Da parte do Palácio Anchieta, Iran Caetano informa que ainda não houve definição. “Temos sinalização de que uma reunião acontecerá em breve, mas não foi agendada. A assessoria de Casagrande alega que ainda estão sendo nomeados os cargos de segundo escalão, e que depois será aberta a reunião com os servidores”.

Enquanto isso, explica, as diversas categorias ligadas ao Sindipúblicos manterão a mobilização, com objetivo de pressionar o governo a cumprir os compromissos e abrir de fato a mesa de negociação e diálogo.

Dieese

O documento entregue aos deputados contém um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta uma perda salarial de 54,82% nos últimos vinte anos, segundo o índice da inflação medido pelo INPC-IBGE. “Só no último governo Casagrande, foram de 20,43%, a maior em todo período estudado”, destaca o Sindipúblicos.

O cálculo, detalha a entidade, considera as perdas salariais com base no IPCA/IBGE de 1/2019 a 12/2022 (26,93%), subtraídos os dois reajustes concedidos pelo Governo Casagrande, de 3,5% em 2019 e de 6% em 2022, somados 3% referente a alteração da alíquota previdenciária prevista na Lei 931/2019.

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