Mudança no Republicanos é consolidada, mas resta a pergunta: Erick conseguirá, de fato, se manter em evidência para os jogos eleitorais?
Com a oficialização do nome de Roberto Carneiro no Republicanos em São Paulo e, logo, a confirmação do ex-presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso no comando da legenda no Estado, como já vinha circulando nos últimos dias nas rodas políticas, ainda resta uma pergunta: a mudança garantirá, de fato, que o ex-deputado se mantenha em evidência nos jogos das próximas eleições? Fora de qualquer mandato, o destino de Erick chegou a ser especulado por meses como futuro secretário da gestão do aliado e correligionário, Lorenzo Pazolini, em Vitória. Nada disso, nem de qualquer outra acomodação – pelo menos por ora! Depois de ver naufragar uma candidatura ao governo e sair derrotado da disputa ao Senado, nos dois casos sem demonstrar a devida capilaridade eleitoral, a definição partidária veio como uma “boia de salvação” para mantê-lo vivo politicamente. Mas por quanto tempo? A disputa mais próxima, como se sabe, é a municipal de 2024. Erick já disputou a prefeitura de seu reduto, Aracruz, no norte do Estado, e saiu-se mal. Também vem repetindo, desde 2022, que seus planos são outros – Brasília e governo -, o que significa esperar mais quatro anos. No meio disso tudo, o lembrete principal: mesmo com visibilidade e mídia garantida à frente da Assembleia, o ex-deputado não venceu a barreira de ser ainda desconhecido da população capixaba. Na movimentação partidária e com pausas eleitorais longas, os obstáculos serão superados? Incógnitas e desconfianças no ar.
Vapt-vupt
Outra derrota de Erick no pleito de 2022 foi o rápido fim do grupo político montado com o ex-deputado federal Felipe Rigoni (União). Os dois, jovens, anunciando união e metas futuras, formaram coligação na disputa ao Senado, inclusive com alto investimento do União. Ninguém levou a disputa e Rigoni debandou para o lado do governador Renato Casagrande (PSB). Virou até secretário de Meio Ambiente – sob protestos!
Sem otimismo
Por falar nisso, dia desses, Rigoni postou nas redes sociais: “O Espírito Santo tem tudo para ser a referência brasileira na pauta ambiental”. Olha, tem muita gente quase pagando para ver.
Cotado
Ainda nessa área, só que na Assembleia, a Rádio Corredor comenta que a Comissão de Meio Ambiente pode cair nas mãos de Fabrício Gandini (Cidadania). Sob a ótica dos espaços do governo, faz todo sentido. Sob a ambiental, há controvérsias. Como comentei aqui na última coluna, o colegiado, há anos, não exerce seu papel contra as poluidoras do Estado.
Loteadas
As comissões de Justiça e Finanças, essenciais para a gestão de Casagrande, como previsto, ficarão nas mãos de aliados de primeira fileira. Já são considerados certos nas funções, respectivamente, Mazinho dos Anjos (PSDB) e Tiago Hoffmann (PSB).
Nuvens da política
A união dos adversários PL e PT para eleger presidentes de assembleias foi registrada em 13 estados, como aponta levantamento do Estadão. O Espírito Santo no meio! A bancada do partido de Bolsonaro, a maior, só teve um dissidente, e do PT, nenhum. Todos convergiram em torno de Marcelo Santos (Podemos), com outra esquizofrenia política: foi o candidato de Casagrande, quem o PL quer liquidar.
Inimigos
A exceção do PL, como já tratado aqui, foi o novato Lucas Polese, mas apenas pela articulação com o governador. Eles se enfrentam há anos, o que envolve também guerra judicial, agora com muitos outros capítulos previstos.
Aliados
No PT, João Coser, aliadíssimo de Casagrande, fez parte da articulação e integra a Mesa Diretora eleita. Já Iriny Lopes, embora de outra corrente interna e com uma certa distância do governo, também votou sim. O partido perdeu o protagonismo nas eleições, em nome da reeleição do governador, e agora segue parte do governo, a maioria no segundo escalão.
Contradição
A presença do PL da chapa vencedora, porém, não passou batida por Camila Valadão (Psol). A ex-vereadora de Vitória foi o outro único voto não, por conta da presença de Danilo Bahiense (PL) como segundo vice-presidente. Realmente…
Nas redes
“O advogado e procurador de carreira Estado Anderson Pedra será o novo procurador-geral da Assembleia. Pedra é pós-doutor em Direito (Universidade de Coimbra); doutor em Direito do Estado (PUC-SP); e professor de Direito Constitucional e Administrativo da FDV-ES”. Marcelo Santos (Podemos), presidente da Assembleia, abrindo temporada de nomeações.
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