Tyago Hoffmann e Fabrício Gandini desfilaram ameaças de lado a lado, para alegria da oposição
A sessão híbrida desta quarta-feira (15) da Assembleia Legislativa foi marcada pelo primeiro bate-boca entre os deputados, trincando a base do governo, para alegria e deboche da oposição: de um lado Fabrício Gandini (Cidadania), de outro Tyago Hoffmann (PSB), em meio ao debate sobre uma emenda apresentada por Gandini para dobrar de R$ 400 para R$ 800 o valor de auxílio financeiro a ser pago a alunos da rede pública estadual, questionada pela inconstitucionalidade. Apesar dos ânimos exaltados, a matéria não foi votada, devido ao pedido de verificação de quórum do líder do Governo, Dary Pagung (PSB), que derrubou a sessão.
O debate corria solto e Hoffmann, indicado por Dary, que estava online, para fazer a articulação no plenário, pediu que o projeto fosse votado sem a emenda. Ele chegou a se comprometer em levar uma indicação ao governo pedindo o aumento do valor da bolsa. Gandini não aceitou e, a partir dessa recusa, começou o bate-boca, com ameaça de que o governador vetaria o projeto.
“Se vetar, nós derrubamos o veto. Vai interromper a discussão com ameaças, com medo e terrorismo?”, disse Gandini; “Não estou entendendo o ímpeto de Vossa Excelência”, respondeu Tyago, que completou: “Essa Casa será responsabilizada”.
Gandini rebateu e disse que se houvesse impedimento do Executivo, o veto poderia ser derrubado pelos deputados. “Vai ter que pagar, como foi no Congresso Nacional”, disse, referindo-se também ao auxílio financeiro pago pelo governo federal na gestão Bolsonaro, que era de R$ 200 e passou a R$ 600 por conta do Congresso Nacional. “Proposta de ‘amanhã vamos ver’ não é proposta”, completou, rechaçando a ideia de indicação parlamentar.
O deputado do Cidadania defendeu sua emenda quando a proposição era analisada em reunião conjunta das comissões de Justiça, Educação e Finanças, sob a responsabilidade do relator Mazinho dos Anjos (PSDB). Ao pedir a palavra, ele justificou que sua medida teria impacto de R$ 1 milhão, gasto que poderia ser absorvido sem comprometer a organização das finanças do Estado.
No entanto, o presidente da Comissão de Educação e líder do governo, Dary Pagung, posicionou-se contra a proposta, apoiado pela deputada Janete de Sá (PSB). O encaminhamento a favor do destaque também recebeu a adesão de Hudson Leal (Republicanos), líder do bloco que reúne seu partido, o PL e o PTB. A emenda acabou sendo acatada por 13 votos contra 12, incluindo os deputados do outro bloco partidário e governista: Vandinho Leite (PSDB), Adilson Espíndula (PDT), Xambinho (PSC) e José Esmeraldo (PDT), além de Theodorico Ferraço (PP), que está como independente.